Quatro meses depois de destoar da posição do prefeito de Curitiba, Beto Richa, na eleição para o governo do Estado, o vice-prefeito Luciano Ducci deixou o PSDB e voltou ao PSB, que havia abandonado há mais de um ano. No primeiro turno do ano passado, Ducci apoiou a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB). No segundo turno, com a adesão de Beto à candidatura do senador Osmar Dias (PDT), Ducci teve que se retirar da campanha de Requião. Mesmo assim, não declarou apoio a Osmar e passou a ser criticado pelos integrantes da coligação que apoiou o senador pedetista.
A volta de Ducci ao PSB, de onde tinha saído por discordâncias com o presidente estadual, Severino Araújo, foi costurada pela direção nacional. Ontem, o vice-prefeito assinou a ficha de filiação, em Brasília, justificando que retornou por uma questão de afinidade ideológica com a sigla.
Mas sua volta descontentou um setor do PSB do Paraná. O líder da bancada do partido na Assembléia Legislativa, deputado Reni Pereira, acusou Ducci de ter sido responsável pela derrota do senador Osmar Dias na disputa para o governo. O PSB integrava a coligação de apoio ao senador. Pereira distribuiu uma carta de boas-vindas dirigidas aos novos filiados, onde em tom de ironia critica a posição do vice-prefeito de Curitiba na eleição do ano passado. Pereira afirmou que há uma contradição da direção nacional que orienta os filiados a fazer oposição ao governador do Estado, mas ao mesmo tempo convida um aliado de Requião para o partido.
O presidente do PSDB, deputado Valdir Rossoni, não quis comentar a participação de Ducci na campanha eleitoral e informou que não foi comunicado sobre a saída de Ducci. E declarou apenas que preferia que o vice-prefeito continuasse no partido.
Em paz
Ducci afirmou que a saída do PSDB não interfere na sua relação com Beto Richa. E que será sempre leal ao prefeito, independente da sigla a que estiver filiado. Sobre as declarações de Reni Pereira, o vice-prefeito declarou que está entrando pela ?porta da frente? do PSB e que sua filiação não envolveu nenhuma exigência de ser oposição a este ou aquele. ?Neste momento, não está em jogo a questão com o governador?, afirmou.