Fim de prazo acelera trocas partidárias

Termina sexta-feira, dia 3, o prazo para que sejam feitas filiações e trocas de partido para aqueles que pretendem disputar as eleições municipais do ano que vem. Na Câmara Municipal de Curitiba, dos 35 vereadores, dezenove trocaram de legenda desde que foram eleitos, em 2000. Destes, oito mudaram mais de uma vez, sendo que quatro saíram da base de apoio ao prefeito para o bloco oposicionista.

Com essa dança das cadeiras, surge um fato curioso. Alguns vereadores que assinaram CPIs para investigar o governo estadual, como a da Supersopa e a do Caixa 2 na campanha do PMDB, terão que retirar suas assinaturas, uma vez que agora integram o bloco que apóia o governador Roberto Requião.

O único partido que não sofreu nenhuma alteração foi o PT. Nas últimas eleições seis vereadores da legenda foram eleitos, mesmo número de vereadores de hoje. A única diferença é que quatro vereadores trocaram, no ano passado, a Câmara Municipal pela Assembléia Legislativa e Câmara Federal, mas os suplentes que assumiram permanecem no PT.

Para o vereador André Passos esses números comprovam a história de coerência do partido. “Quando alguém entra no PT é após uma ampla discussão. Tem que haver identidade”, explicou. “A regra no partido é começar de baixo e ir crescendo. Mas o PT não é impermeável. Se houver identificação, como no caso do Jorge Samek (que já foi do PMDB) e do Flávio Arns (ex-PSDB) essas pessoas serão aceitas. O PT está disposto a receber novos filiados mas para isso há critérios que são levados em conta”, disse.

Quem também mantém a mesma postura desde que se iniciou na carreira política é Paulo Salamuni, líder do bloco de oposição e líder do PMDB na Câmara, que sempre esteve filiado ao PMDB. “Tem que haver coerência, não dá para ficar trocando de partido conforme o vento”, opinou.

Mister X

Depois de mais de uma semana de suspense, o presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB) deveria anunciar ontem o nome do Mister X, vereador que sairia da oposição para filiar-se ao PSDB. No entanto, a mudança não irá mais acontecer. “Houve muita pressão para que ele não mudasse de partido, então achamos melhor aguardar”, explicou Derosso. Para evitar constrangimento, seu nome não será divulgado. No entanto o vereador lembrou que o bloco dos “independentes” está aumentado na Câmara. “O vereador, acima da cor política, tem que legislar para a cidade. Neste caso, acredito que os vereadores podem ter independência”.

Troca troca

Dos suplentes que assumiram a Câmara no ano passado, cinco não estão mais na mesma sigla. Jonathas Pirkiel, suplente do PMDB, assumiu o cargo e mudou para o PL; Luiz Felipe Braga Cortes saiu do PFL e foi para o PMDB; Nely Almeida, ao assumir a vaga, trocou o PSC pelo PSDB, e José Roberto Sandoval saiu do PPB para o PSC e ontem transferiu-se para o PTB.

Reinhold Stephanes Júnior já foi do PFL e do PSDB e agora está no PMDB; Ângelo Batista foi eleito pelo PDT, mas depois passou pelo PSL e PPB; Fábio Camargo, antes de ir para o PFL, esteve no PSC e PP;. Pastor Valdemir Soares mudou do PPB para o PL; Antônio Bueno do PSL para o PPS e Mário Celso do PFL para o PSB.

Até mesmo o presidente da Casa, João Cláudio Derosso, não resistiu à dança das cadeiras, e migrou do PFL para o ninho tucano; Osmar Bertoldi pulou do PPB para o PSDB e finalmente para o PFL; Ney Leprevost elegeu-se pelo PPB, foi para o PSDB e está atualmente no PP;. Éde Abib saiu do PFL para o PSDB, e agora deixou a situação para se integrar à oposição, no PMDB; mesma situação de Luiz Ernesto, que embora ainda não confirmado deverá deixar o PSDB e ir para o PMDB; Sabino Picollo trocou o PSDB pelo PFL; Jairo Marcelino, o PSB pelo PDT; Jair Cézar, o PTB por PSDB, e Elias Vidal passou pelo PSDB, PSC e está hoje no PFL.

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