Negociações

Ex-líder de Requião pode assumir secretaria

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) foi convidado para compor a equipe do governador eleito Beto Richa (PSDB). Os dois se reuniram ontem em Curitiba, sob o pretexto de discutir as mudanças orçamentárias para 2011.

Ao chamar o ex-líder do governo de Roberto Requião (PMDB) para participar do seu governo, Beto busca atrair o apoio do maior partido em plenário na Assembleia Legislativa, condição que será mantida em 2011 com treze deputados eleitos.

Romanelli é um dos três deputados peemedebistas que apoiaram o tucano durante a campanha eleitoral deste ano, desafiando a decisão do partido que compôs a chapa do adversário de Beto, o senador Osmar Dias, candidato ao governo da aliança entre PDT, PMDB e PT.

Romanelli também é um dos nomes que integrava a lista de possíveis peemedebistas que poderiam ocupar a 1ª secretaria na chapa do presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, na eleição à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Internamente, o PMDB não conseguiu chegar a um acordo sobre o nome que indicaria para compor a chapa de Rossoni. Além de Romanelli, a posição também era reivindicada por Artagão de Mattos Leão Junior e Reinhold Stephanes Junior. O tempo passou e o DEM acabou reivindicando a 1ª secretaria para o deputado Plauto Miró.

Para compensar o PMDB, os tucanos oferecem agora uma outra posição na chapa de Rossoni, que pode ser a 2ª vice-presidência. mas adicionando a participação no governo. Para a vaga pode ir Artagão Junior.

Até o início deste ano, o deputado Alexandre Curi era até cotado para ser candidato a vice-governador na chapa de Beto ao governo. Mas após o escândalo que sobreveio com as denúncias de irregularidades na Assembleia Legislativa, onde ocupa a 1ª secretaria, Curi deixou de ser uma opção dos tucanos.

A segunda possibilidade é Stephanes Junior, se Romanelli recusar o convite ou o partido não avalizar sua indicação. Uma das pastas cogitadas para Romanelli é a Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social.

Foi nesta secretaria que o ex-governador Roberto Requião abrigou um dos representantes do PSDB na sua administração, o atual deputado estadual Nelson Garcia.

Ele era o representante dos cinco deputados tucanos que apoiaram o governo do PMDB. Apenas dois, Rossoni e Ademar Traiano, futuro líder do governo de Beto na Assembleia Legislativa, mantiveram-se na bancada de oposição a Requião.

A expectativa dos tucanos é obter algo proporcional ao apoio que Requião manteve em relação ao PSDB. Dos treze peemedebistas, apenas quatro tendem a se manter na oposição: Waldyr Pugliesi, Caito Quintana, Nereu Moura e Ademir Bier.

Se conseguir a adesão de pelo menos parte da bancada peemedebista, a oposição ao governador eleito poderá se reduzir à bancada de seis deputados do PT e isoladamente a deputados de outros partidos, como Fábio Camargo (PTB), que rompeu com Beto durante a campanha.

Por enquanto, Romanelli não comenta o convite feito por Beto. Alegou que se reuniu com o governador eleito apenas para discutir as questões orçamentárias do próximo ano.

O Estado apurou, entretanto, que o deputado peemedebista ainda depende do aval dos demais integrantes do partido para responder à proposta tucana. Entre eles, o senador eleito Roberto Requião.