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Ex-deputado estadual Carlos Simões é preso em Curitiba

Acusado de peculato (apropriação indébita por funcionário público), o ex-deputado Carlos Simões foi preso no final da tarde de ontem, em sua casa, por policiais militares do 12.º Batalhão. Ele foi levado à Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC) e encaminhado para o Centro de Triagem II, em Piraquara. Simões não quis falar com a imprensa, mas estava acompanhado do seu advogado e já havia a suspeita de que um habeas corpus poderia ser concedido a ele.

O mandado de prisão foi expedido pela 9.ª Vara Criminal, principalmente por conta da constante ausência nas audiências do caso conhecido como “Gafanhotos”, resultado da operação da Polícia Federal, na Assembleia Legislativa, onde era suspeito de receber dinheiro de seus assessores.

Fantasmas

A operação investiga, desde 2008, suspeitas de fraudes no recebimento de salários de funcionários e ex-funcionários da AL. Os salários eram depositados nas contas de terceiros, e muitos não tinham consentimento dos recebimentos. Também são investigados “funcionários fantasmas”, que recebiam salários sem ir trabalhar. O Ministério Público ouviu mais de 400 pessoas, suspeitas de envolvimento no esquema, entre elas políticos, por desvio de dinheiro público, sonegação de impostos federais e estelionato.

O pontapé inicial nas investigações aconteceu depois que uma servidora da Caixa Econômica Federal procurou o Ministério Público e denunciou ter caído na malha fina da Receita Federal, por não declarar rendimentos que supostamente teria recebido da Assembleia, onde nunca havia trabalhado. O MP descobriu que os documentos da servidora haviam sido usados para nomeá-la como funcionária da casa por Carlos Simões e o salário era depositado na conta de Geraldo Cruz, sogro do ex-deputado. Cinco anos depois Carlos Simões foi denunciado pelo Ministério Público por desviar R$ 18,5 mil.

Senador

O suplente da ex-senadora Gleisi Hoffmann, Sérgio Souza, é um dos investigados na Operação Gafanhoto. Ele assumiu que recebia salário em nome da mãe, que era assessora no gabinete do então deputado Orlando Pessuti. O senador disse não saber que era investigado, no entanto, confirmou receber o salário da mãe, que nunca quis abrir uma conta bancária.