Ex-assessora promete incriminar governo Lula

A ex-assessora financeira da campanha eleitoral do PT de Londrina, Soraya Garcia, vai envolver, em depoimento à CPMI dos Correios, marcado para amanhã, a cúpula do governo no abastecimento do caixa 2 que reelegeu o prefeito Nedson Micheleti. O depoimento de Soraya foi solicitado pelo deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), que integra a comissão.

Soraya denunciou em junho que o PT de Londrina gastou R$ 6,5 milhões na campanha, mas declarou apenas R$ 1,3 milhão, contra uma receita de R$ 1,1 milhão. A Justiça Eleitoral e a Polícia Federal estão investigando a denúncia de Soraya, segundo quem o PT londrinense também adulterou a prestação oficial das contas da campanha.

O principal provedor do caixa 2 da campanha, de acordo com Soraya, é o ministro de Planejamento, Paulo Bernardo, que na ocasião da eleição cumpria o mandato de deputado federal eleito pela região de Londrina. Os outros membros do primeiro escalão do governo federal que também teriam contribuído para o caixa 2 são o chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho – que é de Londrina -, e o deputado José Dirceu (PT), então ministro-chefe da Casa Civil.

Os três acusados desmentem ter participado da formação do suposto caixa 2 e Bernardo e Carvalho já acionaram Soraya na Justiça. Outro denunciado por Soraya é o deputado estadual e presidente do PT paranaense, André Vargas, que também nega envolvimento. "Vou apenas reafirmar o que já disse", resume Soraya, receosa de adiantar o teor de suas declarações à CPI. A ex-assessora, que se desfiliou do PT após formular a denúncia contra o partido, solicitou, mas desistiu de ser incluída no programa federal de proteção às testemunhas.

Depois de praticamente dois meses interrompido, a pedido da defesa do PT, que pretendia remetê-lo ao Tribunal Regional Eleitoral, o processo contra o partido foi retomado pela Justiça Eleitoral e pela Polícia Federal de Londrina. 

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