Encontro de Lula e Hillary foi interessante, diz Amorim

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, ficou cerca de uma hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Ao deixar a reunião, o ministro Celso Amorim contou que a conversa entre a secretária de Estado e o presidente Lula foi “agradável e interessante”.

Segundo relato de Amorim, vários assuntos foram tratados na reunião e o presidente Lula começou falando da Conferência do Clima. “Ele está disposto a continuar dialogando para o êxito da Conferência da COP 16, no México. O presidente Lula mencionou a importância de o presidente Obama (Barack Obama) continuar o diálogo com a América Latina, em especial com a América do Sul, citando o que ocorreu em Trinidad e Tobago”, disse o ministro.

Amorim contou que, no encontro, houve alguma referência ao Oriente Médio, quando o presidente Lula comunicou que visitará Israel, Palestina e Jordânia na próxima semana e mencionou que irá ao Irã em maio. Lula também, segundo relato de Amorim, disse que tem a intenção de falar com os principais líderes do mundo, entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a questão do Irã e sobre a busca que ele tem feito para uma solução pacífica para esta situação.

O ministro disse que não ficou acertada data para a visita do presidente Obama ao Brasil. “O convite foi por mim reiterado e nem é a Presidência que trata disso”, disse Amorim. Ele também disse que não houve, na conversa com Lula, nenhuma tratativa sobre a compra dos caças e nem sobre a questão do Irã. Sobre os caças, Amorim disse que Hillary Clinton abordou o assunto na reunião mais cedo no Itamaraty. “Disseram que o caça é o melhor, o mais barato, da melhor qualidade do mundo e eu não esperava ouvir nada de diferente”, disse Amorim.

Relações abaladas

Questionado sobre se uma das intenções do encontro com Hillary Clinton não era melhorar a relação entre os países, que estaria um pouco ruim, Amorim disse: “não estão um pouco nada. A relação (com os EUA) está ótima. Eu não vejo nenhum problema”, disse. Segundo ele, só pessoas adultas conseguem conviver com a divergência.

“No nosso caso, divergência é diálogo, discussão, é troca de pontos de vista. Quando há divergências. No nosso caso, há convergência em muita coisa, em Haiti, em cooperação trilateral, em cooperação para evitar violência contra as mulheres, em cooperação para promoção de igualdade racial. Tudo isso é convergência e como há convergência também nos objetivos, em relação ao Irã, em relação ao Oriente Médio e muitos outros assuntos”, disse, esclarecendo em seguida que, em relação ao Irã, era ele, chanceler, quem estava falando.

Ao final do encontro com Hillary Clinton, o presidente Lula a chamou para uma foto e fez uma brincadeira. Todos colocaram uma mão sobre a outra, Lula, Amorim e Hillary e, então, Lula chamou a ministra Dilma, que participou da reunião, e colocou sua mão sobre as mãos dos quatro e comentou: “Sabe lá, quem sabe um dia…”