trajetória

Eike Batista e PT: abraçados na ascensão e na queda

Novo delator diz que Eike Batista pagou propina a Cunha
Novo delator diz que Eike Batista pagou propina a Cunha

No início dos anos 2000, o empresário Eike Batista era mais conhecido como marido da modelo Luma de Oliveira – embora já fosse milionário. Em apenas uma década, ele subiria de status e passaria a ser mundialmente famoso.

Deixava as colunas sociais para estampar as páginas de economia dos jornais como exemplo de sucesso. Era dono de petroleira, estaleiro, portos, mineradoras, empresa de energia, companhias de entretenimento, entre outros empreendimentos.

A revista Forbes o colocou em 2012 como o 7.º homem mais rico do planeta, com uma fortuna de US$ 30 bilhões. Cinco anos depois, acumulado em dívidas e cobranças de credores, Eike agora é alvo do noticiário de polícia e política – corrupção na política.

A ascensão e queda de Eike Batista coincidem com a ascensão e queda do PT (2003-2016). Ele personificou a política dos governos Lula e Dilma de escolher os chamados “campeões nacionais” – empresas brasileiras que receberam generosos financiamentos do BNDES para se tornarem companhias de atuação global. O grupo empresarial de Eike (OGX), por exemplo, teria recebido R$ 10 bilhões do banco estatal para tocar seus projetos.

Hoje sabe-se que, em grande medida, o desempenho dos “campeões nacionais” era fruto de “anabolizantes” – corrupção. Pagavam propina a agentes públicos ou faziam doações eleitorais a políticos em troca de facilidades nos contratos com o governo e estatais.

Quando a fonte secou, seja em função das investigações da Lava Jato ou da crise de caixa do governo, as “campeãs” passaram a ter de andar com as próprias pernas. Nessa época, o grupo de Eike Batista já enfrentava uma dificuldade adicional criada pelo próprio empresário: ele vendia “vento”.

Muitos dos empreendimentos do empresário não tinham lastro. Por exemplo: ele anunciava a descoberta de campos de petróleo, os investidores compravam ações de sua empresa, Eike se capitalizava. Mas o campo não era viável e dele não saía uma única gota. Os investidores saíam no prejuízo.

Quando a falta de credibilidade da palavra de Eike se espalhou pelo mercado, o valor de suas empresas na bolsa despencou. Foi sua ruína.