Dilma participará de reuniões entre PT e PMDB, diz líder

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deverá participar das próximas reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a cúpula do PMDB e do PT que articula a aliança eleitoral para 2010. O convite à ministra foi acertado na reunião de ontem de Lula com os presidentes do PMDB, Michel Temer (SP), do PT, Ricardo Berzoini (SP), e dos líderes das duas legendas na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e Cândido Vaccarezza (PT-SP). A intenção é que a pré-candidata comece a se inteirar sobre as articulações entre os partidos e conheça melhor o quadro político nos Estados. O convite a Dilma será feito pelo PMDB e as reuniões de avaliação ocorrerão a cada 15 dias, disse o líder peemedebista.

A preocupação é acertar as alianças nos Estados até dezembro, no máximo. A avaliação dos partidos é a de que, com a entrada do recesso no Legislativo em janeiro, os parlamentares estarão em suas bases eleitorais fechando os acordos locais e haverá uma dispersão das siglas, o que dificultaria a aliança. “Não adianta ter boa vontade. É necessário o voto dos delegados na convenção para o partido apoiar Dilma”, disse Alves.

O PMDB entende que o PT já será beneficiado no âmbito nacional com o apoio do partido a Dilma e, por isso, quer resolver suas prioridades na base. “O PT não pode querer tudo. Eleger Dilma e brigar nos Estados”, disse o peemedebista. Ele afirmou que a reunião de ontem foi tranquilizadora porque Lula e os dirigentes petistas demonstraram que querem resolver os problemas pendentes. Um dos temores do PMDB era em relação ao comportamento das diversas tendências do PT, que poderiam dificultar os acordos regionais. Porém, segundo o parlamentar, Lula e Berzoini demonstraram determinação em resolver os entraves nos Estados.

De acordo com Henrique Alves, a intenção dos articuladores da aliança é chegar na convenção do PMDB, em junho do próximo ano, com pelo menos dois terços dos convencionais a favor da aliança com o PT e da pré-candidata Dilma. São em torno de 600 convencionais e cerca de 800 votos, porque alguns delegados podem votar mais de uma vez de acordo com o cargo que ocupam nacionalmente e nos diretórios regionais.