Dilma diz que PT não é de governar sozinho

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, disse hoje que o PT não é partido de governar sozinho e está preparado para partilhar o poder. Segundo ela, o partido já provou que é capaz de fazer alianças e tem uma experiência grande em dividir o poder. “Nós temos experiência de governo. Governamos vários Estados, governamos o País e o PT é um fator decisivo na estabilidade da democracia brasileira. Mas é também um partido capaz de construir consenso com outros partidos.”

Ao participar da abertura do seminário da tendência petista Construindo um Novo Brasil, o antigo Campo Majoritário do partido, ela negou que estivesse preocupada em “pavimentar” sua candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. “Esse diálogo dos membros do governo com o PT é fundamental e independe de eleição, de pavimentar candidatura. É um momento, diante da conjuntura que se avizinha, e de tudo o que o presidente Lula conseguiu em termos de evolução do País, de reconhecer que o papel do PT é muito importante para a democracia brasileira.”

Uma das reflexões do encontro que prossegue até domingo vai girar em torno das alianças. Segundo Dilma, mesmo afirmando que o PT tem experiência de governo, isso não significa que o partido vai governar sozinho. “O PT tem experiência muito rica em partilhar o poder não apenas em nível federal, mas também nos Estados e municípios.” O presidente do presidente do PT, Ricardo Berzoini, apontou Dilma como a candidata preferida do presidente e do partido. “A ministra é lembrada pelo presidente Lula e não há nenhuma resistência ao nome dela. É uma pessoa apreciada e admirada por todos dentro do partido e do governo Lula.” Ao comentar pesquisa em que o governo aparece com aprovação recorde, Berzoini disse que o povo demonstra “autonomia” na avaliação do governo. “A população avalia a postura do governo e a lógica de que ele está a favor do crescimento e da distribuição de renda e de oportunidades. Esperamos que essa imagem possa se consolidar nos próximos dois anos e resulte numa tendência forte de continuidade desse processo de mudança.” A forma como o governo enfrentará a crise pode produzir resultados políticos, segundo Berzoini. “O povo observa como os governos enfrentam as crises. Todo mundo sabe que essa crise não foi produzida no Brasil, vem do centro do capitalismo para os países que estão em desenvolvimento. O povo vai olhar com atenção como o presidente Lula, a ministra Dilma e os demais ministros vão agir para manter o crescimento do País.”