Êpa, foi assim...

Bibinho sai da toca e dá versão sobre os carros da Assembleia

O escândalo dos carros roubados da Assembleia tirou da toca até o ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, que não falou com a imprensa desde que deixou a prisão, em dezembro do ano passado, após um habeas corpus que o permitiu responder em liberdade aos crimes de peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por conta da contratação de funcionários fantasmas através dos diários secretos.

Bibinho ligou para a rádio CBN Curitiba logo após a apresentação da matéria em que o segundo secretário da Assembleia, Reni Pereira (PSB) anunciava que 48 dos 55 carros registrados pela Assembleia foram roubados. Bibinho procurou a rádio para contestar a preocupação de Pereira com o prejuízo que estes roubos podem ter causado à Assembleia. “Todos os carros tinham seguro, e todo o prejuízo foi devidamente ressarcido pela seguradora. A Assembleia não teve prejuízo nenhum”, disse Abib Miguel, que não respondeu a mais nenhuma pergunta da CBN e nem atendeu o restante da imprensa durante o dia.

Na Assembleia, o presidente da Casa, Valdir Rossoni, confirmou a informação de Bibinho. . “São carros de dez, doze anos atrás. Foi verificado na polícia e apurou-se que foram feitos, à época, os boletins de ocorrência referentes aos furtos e roubos, dando-se finalmente agora – e somente agora – a baixa deles nos registros patrimoniais competentes. A situação dos carros está agora regularizada”, disse.

O relatório da comissão apontou que dos 55 carros registrados no Detran-PR em nome da Assembleia, apenas seis estão disponíveis na Casa, um consta como ativo, mas não foi localizado, e 48 constam como roubados. O dado assustou o presidente da Comissão, deputado Reni Pereira (PSB), segundo secretário da Assembleia. “É, no mínimo, estranho, 48 carros roubados em um período de sete anos (entre 1994 e 2001). E essa é só a situação dos veículos, quando concluirmos o relatório de todo o patrimônio o choque poderá ser maior, quando a população descobrir, por exemplo, que nem a sede do parlamento está documentada em nome do Poder Legislativo”, disse.

Sobre a possibilidade da alguma fraude contra a seguradora, como a venda desses carros em mercados clandestinos e o posterior registro do roubo, Pereira preferiu não cogitá-la. “A polícia fez a investigação e não encontrou os carros. A Comissão se presta a constatar o patrimônio real da Assembleia e inventariá-lo. Só o que nos cabe fazer é uma sindicância para apurar o que aconteceu com esse veículo que não consta como roubado e não foi localizado Concluímos em relação aos veículos”.