Almoço com ministros em Brasília frustra deputados

O almoço oferecido hoje pelo ex-líder do PR Luciano Castro reuniu 13 ministros, os principais líderes da base aliada e dezenas de deputados na casa do parlamentar no Lago Sul, área nobre de Brasília. Organizado em parceria com o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), com o objetivo de promover uma “confraternização entre deputados e ministros”, o evento desapontou muitos convidados.

“Tiraram a gente dos Estados em plena campanha eleitoral para nada. Nesse cardápio daqui não tem votos”, reclamou o deputado Carlos Willian (PTC-MG). Ele foi um dos porta-vozes dos descontentes com a não liberação das emendas parlamentares. Willian reclamou, particularmente, da ausência do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. “Ele não liberou nenhuma emenda da pasta dele. Além disso, ele não recebe os deputados”, protestou.

Um dos objetivos do almoço era promover um corpo a corpo entre ministros e deputados que disputam a reeleição, para trocar informações sobre o andamento de projetos dos ministérios em seus Estados. Entretanto, os parlamentares reclamaram que a informalidade do almoço não abriu oportunidade para tratar das questões de seus interesses com os ministros.

Muitos deputados saíram cedo, por volta das 13 horas, reclamando do sol forte e da falta de sombra na varanda, onde foi servido o almoço. Alguns se frustraram com o cardápio: “Serviram umas cumbuquinhas de risoto de camarão, de funghi, só risoto”, relatou um convidado.

Chamou a atenção o atraso do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), que chegou por volta das 14 horas – o almoço estava agendado para 12h30 – e ficou menos de meia hora. No almoço promovido na véspera pelo vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (PTB-DF), Temer chegou antes das 13 horas, participou do almoço e até discursou.

Para o deputado Silvio Costa (PTB-PE), o almoço foi útil para reunir a base aliada, discutir a geografia política nos Estados e somar esforços para a campanha presidencial da candidata do PT, Dilma Rousseff. “As relações entre a base aliada estão como céu de brigadeiro”, definiu.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também fez um balanço positivo do evento. Afirmou que esses encontros ajudam a mobilizar a base em torno das votações de interesse do governo como as Medidas Provisórias da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 – que devem ser votadas na Câmara ainda neste mês – e anunciou que esses almoços deverão se repetir.