Polícia depende da família de sambista para obter pistas

A policia está na dependência da ajuda dos familiares do vice-presidente da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, Guaracy Paes Falcão, para conseguir uma pista que leve ao esclarecimento do assassinato dele e de sua mulher, Simone Moujarkian, na madrugada de ontem, pouco depois de deixarem a quadra da agremiação, no bairro Andaraí, zona norte do Rio. O delegado Fábio Corsino, que investiga o caso, acredita que o crime foi praticado por vingança.

Dois inspetores da 20ª Delegacia de Polícia foram ao cemitério na tentativa de conseguir informações com os parentes. A polícia queria saber, por exemplo, por que Guaracy, quando foi assassinado, dirigia um Peugeot de propriedade de outra pessoa.

No final da tarde chegou à delegacia Verônica, irmã de Guaracy acompanhada do irmão de Simone. Os dois prestaram depoimento e, segundo o delegado, nada disseram que pudesse ajudar nas investigações.

Enterro

O casal foi enterrado, nesta quinta-feira (15) de manhã, no cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, zona sul da cidade. Cerca de 50 pessoas foram à cerimônia, que não atraiu nem os conhecidos bicheiros – Guaracy foi criado por um deles, Waldomiro Paes Garcia, o Miro – e nenhum dos atuais presidentes de escolas de samba.

Apenas um diretor da Liga das Escolas de Samba (Liesa), Elmo dos Santos, foi representando a entidade. Entre as coroas de flores, uma da Liga e algumas do Salgueiro. Nenhuma das demais escolas.

Os dois caixões ficaram lado a lado na capela 3, mas foram sepultados em túmulos diferentes. O mais emocionado no velório era o pai de Simone, João, que repetia a preocupação da filha para com ele: " Ela me ligava duas vezes por dia dizendo para eu me cuidar, mas ela não se cuidou. Levaram os dois ao mesmo tempo".

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