PF quebra sigilo telefônico de ex-coordenador da campanha de Mercadante

A Polícia Federal quebrou o sigilo telefônico do ex-coordenador de campanha do senador Aloísio Mercadante, Hamilton Lacerda, apontado como "o homem da mala" no escândalo da tentativa de compra do dossiê Vedoin pelo PT. As informações chegarão nos próximos dias e serão integradas aos cruzamentos que a PF já vem fazendo para identificar os envolvidos na operação de compra.

Com os dados em mãos, o delegado que preside o caso, Diógenes Curado Filho, espera obter pistas sobre a origem do R$ 1,75 milhão que seria usado para pagar o dossiê. Para ele, as ligações telefônicas de Lacerda podem auxiliar a identificar o local onde os petistas compraram os dólares e sacaram os reais que seriam entregues ao chefe da máfia das ambulâncias, Luiz Antônio Vedoin em troca das informações. Até o momento, a PF já fez 70 quebras de sigilos telefônicos.

A PF já está examinando os extratos telefônicos de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos no Hotel Ibis com o dinheiro, de Ferud Godoy, ex-assessor do presidente Lula e apontado por Gedimar como a pessoa que o mandou pagar pelo dossiê, e os ex-integrantes do comitê de campanha do presidente Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso e Oswaldo Bargas. A polícia também já fez seis quebras de sigilos bancários. Cinco delas se referem ao rastreamento do caminho dos US$ 248 mil pelo banco Sofisa, e dos saques em espécie realizados nas agências dos bancos Safra, Bradesco, Banco do Brasil e Bank Boston.

Em contraposição ao progresso que a PF espera obter com os dados do sigilo telefônico de Lacerda, as investigações sofreram nesta quarta-feira (4) um revés: o delegado Diógenes Curado foi informado que a Brinks, transportadora do lote de dólares de onde saíram os US$ 248 mil apreendidos pela PF, não tem o controle dos números de série do numerário que entrega em distribuidoras e casas de câmbio. A informação encurtaria o caminho dos investigadores até os sacadores do dinheiro.

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