Assustar-se com o barulho do choque de objetos que despencam da construção vizinha e torcer que o único atingido tenha sido o chão. Desde abril, isso virou parte da rotina de quem vive na mesma quadra da obra da sede bloco II do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Segundo os moradores, os transtornos comuns de uma construção evoluíram para ameaça constante, quando a edificação começou a ser erguida.
Os primeiros sinais de descuido deixaram marcas no muro do Edifício Hermes Residence, que fica ao lado da obra, e foi perfurado acidentalmente e, tempos depois, tampado sem qualquer acabamento.
Desprotegidos
Mas o fato que mais revoltou os moradores foi a demora na instalação completa da tela protetora. Como consequência, o pátio onde fica o parquinho foi atingido por uma “chuva de pedras”, canos e outros materiais mais pesados. “Procuramos os envolvidos com a obra, mas só há dois meses colocaram a tela para o lado do nosso prédio, tanto que colecionamos várias fotos de objetos da construção que vieram parar aqui e, por sorte, não atingiu ninguém”, afirma a empresária Maria Rudnicki, 40 anos, que reside há 10 anos no prédio.
Apesar da tela, problema segue
Mesmo após a instalação da tela, os moradores continuaram surpreendidos com a queda de materiais da construção. No livro de registros do condomínio com 38 apartamentos, também existe uma anotação que confirma a sensação de insegurança dos moradores. Uma moradora reclama de não poder levar o sobrinho no parquinho em função de objetos estarem caindo. “Somente aos domingos o parquinho é usado, quando a obra está parada. E mesmo assim sentimos medo”, afirma o empresário Plaucius da Silva, 42.
Resposta
Em nota, o MP-PR assegurou estar alertando a Construtora Metrosul, responsável pela obra, que evite desproteger áreas do edifício, ressaltando que a tela de proteção deve subir conforme a construção das novas lajes. O MP-PR informou que o “fachadeiro” foi concluído, permitindo que a construção seja totalmente “envelopada”. Informou que foi realizada a limpeza da obra para recolhimento do material solto. O órgão está à disposição dos moradores. Basta atravessar a Rua Marechal Hermes ou telefonar para a instituição pelo número 3250-4000.
