Vandalismo dá prejuízo de R$ 1 milhão por ano à Prefeitura

Ao andar pelas ruas de Curitiba não é difícil encontrar pontos de ônibus com os vidros quebrados, orelhões e ônibus depredados e até monumentos destroçados ou totalmente retirados do local onde deveriam estar. Tudo isso se deve, na maior parte, ao vandalismo, que causa prejuízos aos cofres públicos e à estética da cidade, que tem a imagem prejudicada.  

Para se ter uma idéia do problema, somente no ano passado a Urbs registrou vandalismo em 1.042 ônibus de Curitiba e região metropolitana – a frota é de dois mil ônibus. A Brasil Telecom contabiliza, por mês, pelo menos mil telefones depredados em todo o Estado. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) chega a gastar, por ano, cerca de R$ 1 milhão para arrumar equipamentos em parques e praças da capital, como bancos, brinquedos de parquinhos, placas, monumentos históricos, etc.

Os técnicos da Prefeitura têm muita dor de cabeça com o vandalismo. Só a Urbs teve um prejuízo de R$ 161 mil no ano passado, com o conserto de ônibus depredados – vidros quebrados, veículos riscados ou com peças arrancadas. Em 2006, os gastos chegaram a R$ 232 mil e, em 2001, os reparos foram da ordem de R$ 536 mil. Os furtos e depredações em parques e praças também são freqüentes. De acordo com o superintendente de Obras e Serviços da Secretaria, Paulinho Dalmaz, mobiliários de praças e parques são os principais alvos dos vândalos. ?Gastamos 70% do dinheiro destinado aos parques e praças com os consertos. Você chega no local para fazer a manutenção e não pode, acaba tendo que arrumar?, reclama. Os monumentos também são um problema para a Prefeitura. Somente no ano passado o município teve que repor 58. Sem falar naqueles cujo material acaba sendo substituído, para evitar novos furtos.

Com relação ao mobiliário urbano – pontos de ônibus, totens informativos, bancas de jornal, lixeiras e tubos de ligeirinhos, o gerente de operações da Clear Channel (empresa responsável pelos equipamentos) Marcelo Buch explica que a quebra de vidros e das caixas de publicidade dos pontos de ônibus são as ocorrências mais comuns. Segundo ele, são registradas cerca de 30 ocorrências por mês – no total, há 1.540 pontos de ônibus na cidade. Em segundo lugar, de acordo com Buch, fica a destruição de lixeiras. ?Os números estão dentro da expectativa?, afirma ele.

A Clear Channel não tem um valor absoluto que é gasto somente com reparos. Todas as despesas são contabilizadas juntamente com outras reformas, como pinturas e recolocação de peças. Já a Brasil Telecom gasta, em média, R$ 80 para arrumar um orelhão. A maior parte dos estragos ocorre em leitoras de cartão, monofones e teclados.

Em abril de 2005, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, sancionou a Lei 11378, que aumentou o cerco aos vândalos, principalmente pichadores. Quem for pego em flagrante recebe uma multa de 714 UFIR (cerca de R$ 760) e, se for maior de 18 anos, fica impedido de prestar concursos públicos por dois anos. Se tiver menos de 18 anos, os pais ou responsáveis têm que arcar com o prejuízo. Denúncias podem ser feitas pelos telefones 153 (Brasil Telecom) e 156 (Prefeitura de Curitiba). De 2005 até hoje, a Guarda Municipal já prendeu 600 pessoas em flagrante.

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