UFPR busca voluntárias para testar contraceptivo

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) e outros centros de pesquisa do Estado estão participando de um estudo para saber como a mulher brasileira responde ao uso do adesivo contraceptivo Evra. Pesquisas internacionais mostram que ele tem a mesma eficácia que a pílula, com a vantagem de não causar alguns efeitos colaterais, como o aumento de peso. O adesivo é aplicado sobre a pele e substituído após sete dias. Ele já está sendo vendido no mercado brasileiro desde o começo do ano.

O professor titular de Reprodução Humana da UFPR, Rosires Andrade, explica que já existem estudos internacionais suficientes que respaldam a comercialização do Evra, mas não existe pesquisa sobre como a mulher brasileira responde ao produto. Por isso o estudo está sendo realizado por mais de 20 centros de pesquisa espalhados pelo País.

O adesivo tem a mesma eficácia que a pílula. Testes com pílulas apontam que de cada mil pacientes, duas podem engravidar. No entanto, quando se fala da população, o índice chega a até oito porque algumas mulheres podem esquecer de tomar o contraceptivo de modo correto. Desse modo, o adesivo apresenta uma grande vantagem, já que a troca só ocorre a cada sete dias e a paciente está sempre tendo contato visual, sendo mais difícil esquecer.

Como usá-lo

Depois do uso de três adesivos durante três semanas seguidas a mulher interrompe o tratamento por sete dias, quando ocorre a menstruação. Depois inicia novamente. O adesivo pode ser colocado em quatro lugares do corpo, nas nádegas, abdome, parte superior do tórax (com exceção das mamas) ou na parte superior do braço. A cada semana é recomendável um lugar diferente.

Rosires diz que no adesivo há dois hormônios parecidos com os da pílula. Eles são absorvidos pela pele e vão direto para a corrente sangüínea, sem passar pelo estômago e fígado. Ele explica que quando a mulher ingere uma pílula ela acaba absorvendo uma quantidade maior de hormônios de que necessita e estes picos se repetem todos os dias. Já com o adesivo, a absorção ocorre de forma gradual e contínua, na quantidade ideal. “Se você partir do pressuposto de que quanto menos remédio a gente ingerir é melhor, então o adesivo acaba sendo melhor”, argumenta. Os estudos apontam que os hormônios usados no Evra não ocasionam aumento de peso como ocorre em algumas mulheres quando usam pílulas e também não favorecem o aparecimento de características masculinas, como pêlos.

A pesquisa deve estar finalizada no fim do ano que vem. Rosires diz que tem informações de que 20 mil mulheres estejam usando no País. Quem quiser se inscrever para participar da pesquisa deve ligar para o Centro de Estudos e Pesquisas em Reprodução Humana e Fertilização Assistida de Curitiba que também realiza a pesquisa: (41) 254-3424. As mulheres devem ter entre 21 e 45 anos e aceitar usar o adesivo como único método contraceptivo durante seis meses.

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