Travessia perigosa

Trecho da Estrada da Ribeira é apontado como uma “terra sem lei”

Moradores do bairro Atuba, em Curitiba, estão cansados de conviver com o perigo que é atravessar a Estrada da Ribeira (BR-476), na altura do km 122, próximo à fábrica da Nutrilatina. Apesar de contar com sinalização, o trecho é apontado pela vizinhança com um dos mais perigosos para fazer a travessia. Segundo quem mora na região, os carros não respeitam os pedestres e abusam da velocidade.

Neste ponto da rodovia, há dois semáforos específicos para a travessia de pedestres. Além disso, o trecho ainda conta com quatro faixas de segurança. Apesar da sinalização, os moradores afirmam que os motoristas que transitam no local não respeitam os pedestres, que são obrigados a correr para fazer a travessia.

A cozinheira Sueli Camargo é moradora do Atuba há doze anos e usuária da linha Maracanã. Ela conta que diariamente sofre para fazer a travessia da Estrada da Ribeira com segurança. “Mesmo passando na faixa de segurança, os motoristas não respeitam os pedestres. Avançam o sinal vermelho e nem olham as faixas. Temos que olhar com atenção para atravessar e chegar no ponto de ônibus. E é durante o todo o dia. Não alivia”, reclama.

A aposentada Arlete Souza Silva mora na região do Atuba há 60 anos e conta que a situação da Estrada da Ribeira neste trecho piorou na última década. “Antes era mais tranquilo de andar por aqui, mas agora está complicado. Tem muito carro e todos andam em velocidade sem dar chances aos pedestres”, desabafa Dona Arlete, que diariamente sofre para levar os netos na creche. “Para atravessar com criança é mais complicado ainda. Uma neta de dois anos vai no carrinho e outra, que já tem quatro anos, vai de mão dada. Mas todo o dia é um sacrifício”, diz.

Quem mora na região afirma que só a instalação de redutores de velocidade vai conseguir inibir a ação dos motoristas apressados. “Queremos radares, lombadas eletrônicas ou até uma passarela. Pode ser uma rodovia, mas aqui é um trecho urbano e não dá para ficar desse jeito”, reivindica Dona Arlete.

Sem solução aparente

No que depender das autoridades, o problema está longe de ser resolvido. Em nota encaminhada à Tribuna, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informa que “implantou e vem implantando uma série de equipamentos de controle viário, tais como: radares fixos, barreiras eletrônicas e avanço de sinal vermelho, nas rodovias federais sob sua jurisdição”. Porém, segundo o órgão, “especificamente para o km 122 da BR-476 (Estrada da Ribeira), não há, até o momento, previsão de instalação de novos dispositivos de controle viário, nem projetos de construção de passarelas”. O DNIT não descarta implantação desses equipamentos, mas pede que a população formalize suas solicitações.

A Estrada da Ribeira (BR-476 Curitiba/Adrianópolis) já possui 11 pontos com equipamentos de fiscalização. “Segundo as reclamações citadas, também parece de grande importância a atuação da Polícia Rodoviária Federal na coibição das infrações”, destaca o comunicado do DNIT.

Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) diz que não é possível destacar um policial para fiscalizar cada faixa de pedestres da rodovia. Segundo a PRF, a população deve protocolar, na superintendência da instituição, um pedido de reforço na fiscalização.

Para registrar solicitações junto ao DNIT é preciso acessar o site www.acessoainformacao.gov.br ou ligar para o telefone (61) 3315-8213. Já para formalizar pedidos à PRF é necessário ir pessoalmente até a sede da superintendência, na Av. Victor Ferreira do Amaral, 1500, no Tarumã.