A hemofilia é uma doença hemorrágica e incurável, que resulta da deficiência de coagulação do sangue, que comprometem as juntas e músculos. No Brasil a estimativa do Ministério da Saúde é que existam cerca de oito mil portadores da doença, que precisam de cuidados especiais para manter a sua qualidade de vida. No entanto, nos últimos anos vem ocorrendo uma diminuição do número de profissionais envolvidos no tratamento da hemofilia.
Essa redução na mão-de-obra especializada para trabalhar com hemofílicos vem ocorrendo em diversos países. Segundo a médica hematologista do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Paula Villaça, se a situação não se reverter poderá refletir em sérios prejuízos para o tratamento dos pacientes.
Segundo ela, a hemofilia ocupa pouco espaço no currículo das escolas de medicina e em outras áreas envolvidas no tratamento da doença, como odontologia, psicologia e serviço social.
Para a médica, além da oferta de especialização na área, o desinteresse dos profissionais estaria ligado a uma visão equivocada sobre os tratamentos, que não se limitam à reposição do fator de coagulação. O Paraná, segundo a Associação Paranaense de Hemofílicos, é o terceiro estado com a maior população de portadores da doença, cerca de mil pessoas.
O voluntário da entidade, José Roberto Ferreira confirma que a falta de profissionais também ocorre no Paraná, principalmente na área de odontologia. “O número de médicos é suficiente, mas em outras áreas a carência é gritante”, falou.