Em atividade há mais de 30 anos, a Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba, no bairro Santa Cândida, corre o risco de ser extinta caso não encontre um novo terreno para acomodar suas instalações. Na terça-feira, a entidade recebeu uma comunicação de despejo e tem prazo de 30 dias para retirar os 850 animais do local. Caso contrário, eles serão levados para o Canil Municipal, correndo o risco de ser sacrificados.
A entidade alega que o prazo estipulado pela ação é pequeno para que todas as medidas sejam tomadas. Enide Bernardi, presidente da sociedade, ressalta que é impossível transferir todos os animais e equipamentos para um novo local. Uma estrutura pronta ou semipronta, dispondo de material para construção de cercas, destaca Enide, já tem que estar no novo espaço. Uma chácara seria a opção ideal para abrigar todos os animais, além da clínica veterinária que funciona na entidade.
A presidente diz ter entrado com um recurso para derrubar a ação de despejo, e demonstra indignação com a situação: “É um caso crítico. Temos sofrido pressão da Prefeitura, da Vigilância Sanitária, Ministério Público (MP). E não há como mudarmos para outro local sem uma preparação bem feita”, diz. A veterinária da sociedade, Silvana Estevan, conta que as constantes reclamações dos vizinhos favoreceram a ação. Ela reconhece que a situação é complicada, pois o terreno atual é pequeno para todos os animais que vivem hoje no local.
A entidade recebe doações de rações, produtos de limpeza e medicamentos, entre outros. A clínica também atende a animais de estimação da região que apresentam problemas de menor complexidade. “Estamos com uma superlotação. Está problemático, mas uma mudança brusca não vai adiantar. Temos que ter um prazo maior para que tudo saia corretamente”, considera.
No próximo dia 10, a sociedade vai realizar uma passeata no centro de Curitiba, protestando contra a determinação de despejo. Ela começara às 10h, com saída da Praça Santos Andrade até a Boca Maldita.