Apesar de ainda não haver definição a respeito do reajuste salarial que será concedido aos servidores estaduais da Saúde, a primeira reunião das negociações deste ano, realizada nesta terça-feira (27), terminou com uma promessa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). De acordo com o órgão, 942 trabalhadores receberão promoção e progressão de carreira na folha de pagamento de abril. O impacto desse acordo aos cofres públicos será de R$ 10 milhões, segundo a secretaria. Outras reivindicações serão debatidas em novo encontro, marcado para o próximo dia 19 de abril.
Para o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (SindSaúde), entretanto, o acordo de promoção e progressão na carreira anunciado não é um benefício, mas uma forma de atender um decreto anterior ao início do governo de Beto Richa (PSDB). “É claro que (a notícia) não deixa de ser uma conquista porque o governo não tinha feito nada nesse sentido ainda, mas também é o cumprimento de uma obrigação, pois era uma dívida do governo e só conseguimos com pressão”, comentou a coordenadora-geral do SindSaúde, Eloisa Helena de Souza.
A entidade, entretanto, afirma que nem mesmo as condições de cumprimento do acordo ficaram claras. “Disseram que o pagamento vai ser retroativo, mas não sabemos se será retroativo desde o ano passado ou desde a assinatura do decreto”, comenta Eloisa. Entre as demais reivindicações, os servidores pedem 30% de reajuste salarial, 33% de aumento nas gratificações recebidas e redução da jornada para 30 horas. Para pressionar o governo, a categoria ainda realizou nesta mesma terça-feira uma mobilização, que contou com a presença de cerca de 700 trabalhadores, de acordo com o sindicato.
“Até agora, tivemos apenas respostas que não são satisfatórias para as questões do salário, da gratificação e da jornada de 30 horas”, justifica. A entidade garante que os serviços não foram prejudicados com a mobilização por não se tratar de uma paralisação. A Sesa afirma que uma nova proposta para o Plano de Carreira está sendo elaborado por uma Comissão Interinstitucional de Recursos Humanos, composta por representantes do governo, do Conselho Estadual de Saúde e sindicato dos trabalhadores. O órgão também diz que vai pedir a revogação do decreto que prevê que a carga horária dos servidores seja de 40 horas.