Servidores de Curitiba querem direito a greve

Os servidores municipais que suspenderam a greve na última sexta-feira realizaram uma manifestação seguida por uma caminhada, ontem pela manhã, em Curitiba. O protesto iniciou na Praça Santos Andrade, e a caminhada foi até a Boca Maldita.

Eles pretendem chamar a atenção da população para os problemas que a categoria enfrenta, já que uma decisão judicial os fez desistir do movimento – temporariamente – na sexta. Eles ficaram em greve três dias. Segundo os servidores, a manifestação já estava marcada independentemente da decisão judicial.

A diretora de imprensa do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Alessandra de Oliveira, explicou que a manifestação ocorre principalmente para chamar a atenção do direito à greve.

“Não está sendo garantido o direito de greve que todo trabalhador tem”, reclamou. Os servidores dizem que vão tentar reverter a decisão judicial com um agravo de instrumento que deverá ser impetrado no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) esta semana.

Alessandra lembrou também que a greve chamava a atenção para as condições de trabalho dos servidores mas, como foi suspensa, resolveram fazer isso durante o protesto.

“Se a prefeitura diz que oferece atenção integral, então deve colocar mais funcionários nos Centros Municipais de Educação Infantil – CMEIs – por exemplo, onde falta gente para trabalhar. Durante a caminhada, vamos mostrar à população de Curitiba que se houvesse melhores condições de trabalho o atendimento seria melhor”, afirmou.

Os servidores reivindicam 30% de reajuste, sendo 14,61% de perdas salariais, e 15%, de ganho real. Segundo Alessandra, primeiramente os sindicatos querem negociar os 14,61%.

Na última sexta-feira, o prefeito Beto Richa comentou que acreditava que a greve teria motivação político-partidária e afirmou que a sua gestão valoriza o servidor. O prefeito também falou que os servidores “querem baderna e nesse jogo nós não vamos entrar”.