Rizzi recebe projeto para produção de bioinseticida

O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldair Rizzi, recebe hoje, pela manhã, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o projeto de construção da usina-piloto para produção de um bioinseticida para o combate do mosquito transmissor da dengue ? o Aedes aegypti. O produto, desenvolvido pelos departamentos de Biologia Geral e Biologia Animal e Vegetal da UEL, aguarda a criação dessa usina para ser fabricado em larga escala. O empreendimento requer investimentos da ordem de R$ 2,5 milhões.

O bioinseticida consumiu nove anos de estudos. Em janeiro, os pesquisadores envolvidos neste trabalho conseguiram a formulação do produto. “Antes ele tinha que ser aplicado num curto espaço de tempo ? no máximo em 48 horas. Agora que conseguimos formulá-lo, além de estar mais concentrado, o que o torna mais potente; o seu prazo de validade foi ampliado para dois anos”, conta um dos coordenadores da pesquisa, o professor José Lopes, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal.

Mesmo antes do produto atingir este nível de aprimoramento algumas empresas e prefeituras já vinham o utilizando, pois na universidade ele já é produzido só que de forma artesanal ? o que impede a sua formulação (que amplia a validade do produto para dois anos). “Com a produção artesanal só conseguimos atender empresas e prefeituras relativamente próximas, visto que, o produto perde a eficácia em dois dias”, afirma o professor. Dentre as instituições que já empregam o bioinseticida estão: a Prefeitura de Ourinhos (SP) e a fábrica de óleo vegetal Braswey (situada em Londrina). “Há oito anos empregamos o bioinseticida nas lagoas de tratamento residual de nossa fábrica e o resultado tem sido bastante satisfatório, tanto no combate às larvas do mosquito da dengue quanto no aspecto ecológico, visto que o ambiente não apresentou, durante todo este tempo, nenhum dano em função da aplicação do produto”, atesta o técnico de segurança da Braswey, José Maria da Silva. “Além disso, por ser um bioinseticida e não um inseticida químico, os insetos não conseguem se tornar resistentes ao veneno e, como conseqüência, a dose que aplicamos no decorrer destes oito anos continua sendo a mesma.” O técnico informou que, na empresa, o produto é aplicado semanalmente no lago. De acordo com o pesquisador da UEL, José Lopes, a periodicidade na aplicação do produto varia conforme a situação. “Em locais, como grandes empresas, onde o risco de surgimento das larvas é grande o produto deve ser aplicado semanalmente. Todavia, para o consumo doméstico, o bioinseticida pode ser utilizado somente quando se detectar a presença de larvas”, recomenda Lopes.

Funcionamento

O bioinseticida da UEL, foi desenvolvido a partir de uma pró-toxina produzida pela bactéria Bacillus thuringiensis, quando submetida a condições adversas. Esta pró-toxina é transformada em laboratório em toxina, formando um cristal que pode ser comercializado em três formatos: granulado, líquido e em comprimido. “As instituições que já empregam o produto adquirem-no na forma líquida. Cada litro do produto custa R$ 8,00”, conta Lopes, ressaltando que quando o produto passar a ser produzido em escala industrial; o custo dos envelopes (que trarão o bioinseticida na forma granulada para o consumo residencial) também será reduzido. “Os envelopes chegarão ao mercado com valores em centavos”, calcula. Para se ter uma noção do rendimento do produto, segundo a UEL, a cada 150 litros de água são necessários dois gramas do bioinseticida para destruir as larvas.

A destruição das larvas, por intermédio do bioinseticida, acontece porque o produto entra no organismo delas, quando elas filtram a água. “Estas larvas chegam a filtrar dois litros de água por dia, o que torna inevitável a absorção dos cristais”, explica o pesquisador. No organismo da larva a toxina destrói o trato digestivo, fazendo com que ela morra em algumas horas. “A toxina só é prejudicial as larvas de alguns insetos; outros animais e até o próprio homem podem consumi-la, que não causará nenhum problema”, assegura.

Secretaria da Saúde faz mutirão

Com o aumento significativo de casos de dengue nesta semana, a Secretaria da Saúde do Paraná vai promover o Mutirão Estadual de Combate à Dengue. O termo de cooperação será assinado na sede da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, na segunda-feira, às 11h.É uma ação integrada do governo do Estado, Itaipu, Petrobrás, Federação das Associações Comerciais e Indústrias do Estado do Paraná, Associação dos Municípios Paranaenses e a B S Colway Pneus.

“A iniciativa tem como intuito recolher, em todo o Estado, pneus, que são os maiores criadouros do mosquito”, afirmou o médico Natal Jataí de Camargo, chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Secretaria da Saúde.

Estarão presentes na assinatura do termo o governador Roberto Requião, o ministro da saúde, Humberto Sérgio Costa Lima, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, o presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e o presidente da Associação dos Municípios do Paraná, Joarez Lima Henrichs.

Nesta semana o número de casos em Foz aumentou de 3 para 26, mas o grande foco é Londrina onde os registros da doença passaram de 106 para 159. Outro município também muito afetado é Assis Chateubriand, onde os casos confirmados chegaram a 137 (na semana passada foram de 73).

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