Alto risco

Queimadas ameaçam a rede elétrica

Além das plantações e propriedades destruídas pelas queimadas, propagadas rapidamente devido ao tempo seco e baixa umidade do ar, a rede elétrica também tem sido afetada.

Mais de 140 mil pessoas ficaram sem luz de janeiro a agosto deste ano no Paraná em 269 desligamentos de energia causados pelo fogo. Foram 48 interrupções de fornecimento apenas na última semana de agosto, no norte do Estado.

Um dos casos mais recentes foi na última segunda-feira. Uma queimada se alastrou por um canavial e interrompeu a transmissão de energia na linha que vai da subestação da Copel em Loanda até a Usina de Rosana.

De acordo com Ana Rita Xavier Haj Mussi, gerente do Centro de Operações do Sistema da Copel, esse tipo de desligamento quase sempre ocorre longe das áreas urbanas, mas atinge grandes proporções.

“Em uma ocorrência que envolva linhas de transmissão, mais altas que os cabos da rede urbana, estados inteiros podem ficar desabastecidos. Isso aconteceu recentemente no norte do País”, lembra.

De acordo com ela, o desligamento é feito por um sistema de segurança da própria rede, que reconhece o superaquecimento e curtos circuitos. “A fumaça tem pequenas partículas de carvão, condutor de eletricidade. Quando ela se aproxima das linhas de transmissão, cria um caminho para a energia descarregar fora dos cabos”, revela.

Desde o último dia 25, as queimadas no Estado estão proibidas por uma portaria do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que prevê a aplicação de multas e até a prisão dos responsáveis por crime ambiental.

Através do Decreto 2.661 de 1998, também será punido quem atear fogo numa faixa de 15 metros dos limites das faixas de segurança das linhas de transmissão e de 100 metros ao redor das subestações de energia.

Clima

De acordo com a meteorologista do Simepar Sheila Paz, a região de Maringá continua registrando os índices mais baixos de umidade. Ontem, foram 29,9%, contra 33% em média no resto do Estado.

Para hoje, a previsão é que a umidade caia para 20% em todo o oeste. “Quanto mais tempo sem chover, pior fica. A chuva fraca apenas mascarou a situação”, revela.

Enquanto o Simepar registrou em Paranavaí, ontem, máxima de 34ºC, o Inmet encontrou mínima de apenas 3,9ºC em Inácio Martins. Os curitibanos também passaram frio.

“No litoral e na região de Curitiba as temperaturas seguem baixas. Hoje faz um pouco mais de calor, mas sábado e domingo volta a esfriar. No resto do Estado o tempo permanece seco e ensolarado”, garante Sheila.