Centro de Curitiba

Protesto de motociclistas bloqueia trânsito na capital

Um barulhento protesto de motociclistas parou ontem, no final da tarde, por cerca de 15 minutos, o cruzamento das Avenidas Marechal Deodoro e Marechal Floriano, em Curitiba.

A reclamação dos manifestantes era contra um suposto novo aumento do seguro obrigatório DPVAT (Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de via Terrestre), previsto para 2010 pelo governo federal. Nos últimos cinco anos, o valor do seguro para motos foi aumentado em 191%.

Os manifestantes saíram do pátio em frente ao Estádio Pinheirão, por volta das 17h, escoltados por motos da Diretran e do BPTran, em direção à esquina das Marechais. O trânsito em ambas as vias ficou totalmente interrompido durante o ato, que contou com um buzinaço e muito barulho de escapamentos.

De lá, os motociclistas ainda seguiram para o Centro Cívico, onde se concentraram por mais aproximadamente 15 minutos, entre a Assembléia Legislativa e o Palácio Iguaçu. O trânsito foi desviado já na rótula do cruzamento entre as ruas Deputado Mário de Barros e Marechal Hermes.

“Há mais de três anos o seguro vem tendo aumentos abusivos”, reclama o presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais Autônomos (Sindimotos), Robson Sponton Prado. Ele admite que os acidentes com motos acontecem com freqüência, mas diz que “sempre tem carros envolvidos também”.

Por isso, ele não concorda que o seguro obrigatório para as motos tenha tanta diferença em relação ao valor cobrado para os carros. Prado também diz que os valores arrecadados com a taxa dificilmente chegam aos motociclistas.

O moto-entregador Anastácio Alves, um dos manifestantes, diz que o DPVAT deveria ser de 1% do valor do veículo. Ele reclama que os custos para motoboys estão cada vez mais altos.

O seguro obrigatório para motocicletas sofreu, nos últimos cinco anos, sucessivos reajustes que o fizeram saltar de R$ 87,27, em 2003, para R$ 254,16, em 2008 – um aumento de 191%.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), que é o órgão federal responsável pela sua cobrança, foi procurada, mas não atendeu às ligações da reportagem.

Mas um comunicado oficial, no site da entidade, diz que no mesmo período “houve aumento de 100% para os valores de indenização de morte e invalidez”, e que o valor arrecadado “deve ser suficiente para pagar o montante de sinistros ocorridos” durante o ano.