Desocupação

PM desocupa pacificamente fazenda em Ponta Grossa

Terminou ontem, de forma pacífica, a ocupação da fazenda São Francisco II, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. O local foi invadido no último dia 6 por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A propriedade vem suscitando polêmica, pois tanto o tenente-coronel reformado da Polícia Militar, Valdir Copetti Neves, quanto a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) reivindicam a posse da área. Somente após a conclusão do georreferenciamento, que está sendo realizado pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), é que vai determinar o direito de uso da área. Além desse imbróglio, no dia 13 de fevereiro, sábado de Carnaval, houve um conflito entre integrantes do movimentos e funcionários de Neves, que precisou da intervenção da PM para acabar com a luta.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a ordem de reintegração de posse foi expedida pelo juiz Fábio Leite, da comarca de Ponta Grossa, e a operação foi comandada pelo major Marcos Lins Côndolo. A retirada foi acompanhada por dez policiais militares, iniciando às 7h e encerrando às 14h.

O advogado do tenente-coronel, Carlos Eduardo Martins Biazetto, confirmou que a saída dos sem terra foi tranquila e que seu cliente está satisfeito com o desdobramento dessa história. “O Valdir Copetti Neves está feliz em ver que a ordem judicial foi cumprida e poder recuperar a sua posse. A saída dos invasores aconteceu sem maiores problemas, pois acredito que o pessoal mais agitador já tinha ido embora, deixando apenas os integrantes mais pacíficos”, informa o advogado. Ele diz também que estão levantando os prejuízos causados pelos manifestantes nos 17 dias de ocupação. “O meu cliente teve perdas com a sua plantação de soja, pois ele perdeu o prazo para pulverizar agrotóxico. Ele também teve diversos prejuízos materiais, pois os manifestantes destruíram um automóvel, cercas, entre outros bens. Foi aberto um inquérito policial para apurar esse caso”, garante.

O coordenador estadual do MST, Cláudio Oliveira, informa que os manifestantes foram transferidos, temporariamente, para o assentamento Emiliano Zapata, distante a apenas 500 metros da fazenda São Francisco II. Para ele, o objetivo da invasão foi cumprido. “Nossa intenção era de mostrar ao governo e à sociedade a real situação dessa área. Acreditamos que ela é de propriedade da Embrapa e que esse espaço está destino para reforma agrária”, avalia. Oliveira conta ainda o que os integrantes do movimento vão fazer na sequência. “Vamos esperar os resultados da esfera judicial para saber o que fazer. Esperamos que façam da área um local para reforma agrária. Vamos pressionar para que a fazenda volte para as mãos da iniciativa pública. Enquanto isso, vamos cumprir a determinação em não voltar para a área, embora acreditamos que a decisão não foi a correta”, garante.