Moradores do Bairro Alto, em Curitiba, estão enfrentando problemas com uma das brincadeiras preferidas das crianças do local: as pipas. O uso do cerol (cola com vidropicado) torna o divertimento bastante perigoso.
Utilizado para cortar e assim derrubar as outras pipas, a mistura é uma ameaça para a segurança do bairro. Além de poder ferir pessoas, o cerol também tem causado riscos e prejuízos à rede elétrica e à fiação telefônica do local. ?Para a gurizada, toda brincadeira virou competição. Aqui há uma rivalidade entre o pessoal do Bairro Alto e o de Pinhais. Uns tentam cortar a raia do outro e nós somos os prejudicados nessa disputa. Já houve casos de motoqueiros feridos e de muitos fios cortados e telhas arrancadas?, comentou o presidente da Associação de Moradores do Bairro Alto, Amadeu Francisco Rocha.
Ele revelou que representantes da Prefeitura de Curitiba já foram no bairro para orientar os comerciantes a não vender o cerol, mas, segundo ele, esse esforço teve pouco resultado, pois a maioria das crianças faz o próprio cerol quebrando garrafas. A preocupação com o uso do cerol fez com que o prefeito Beto Richa sancionasse, em julho do ano passado, uma lei municipal, do vereador Paulo Forte, proibindo o uso da mistura e prevendo uma multa para quem a descumprisse.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura de Curitiba informou que orienta as pessoas que tiverem qualquer queixa a respeito do uso de cerol a utilizar o serviço de atendimento 156 para que a Secretaria de Urbanismo faça cumprir a lei.
O presidente da associação dos moradores, que disse conhecer muito pouco sobre a lei, julgou complicada sua aplicação, uma vez que a maioria das pessoas que soltam pipas são menores de idade e seus pais, que seriam responsabilizados pela infração, desconhecem o uso do cerol por parte de seus filhos. ?Os responsáveis geralmente estão no trabalho quando as crianças, escondidas, usam o cerol?, comentou.