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Pichações destoam bons exemplos no Sítio Cercado

Embora muitos moradores zelem pelas próprias casas, a realidade de alguns locais do Conjunto Salgueiros, no Sítio Cercado, é de paredes e muros pichados. Os vândalos não respeitam comércios, casas nem espaços públicos. Lixo e entulhos nas calçadas e no entorno do Ribeirão dos Padilhas também degradam a imagem do bairro.

Há cerca de uma semana os portões da casa do aposentado Rui Antunes, 70 anos, amanheceram pichados. A indignação não foi tão grande, porque já é a sexta vez que isso acontece e ele acabou meio conformado com a situação. “Dá dó dessa gurizada, são muito bobinhos”, afirma. “Mês que vem eu vou pintar e ajeitar”. Rui mora há mais de 30 anos no bairro e conta que antes não havia esse tipo de coisa. “Começou de uns dez anos para cá”, diz.

Na Rua João Eloy de Souza, ao lado da Unidade de Saúde Parigot de Souza, existe uma quadra de esportes, que foi completamente dominada pelos rabiscos dos vândalos. As tabelas de basquete, os pilares e até mesmo as partes mais altas da quadra foram atingidas. A agente comunitária Odília Aparecida Celine de Morais, 57, conta que o espaço é usado diariamente para aulas de ginástica da comunidade. “Ficou horrível, tinham que chamar pai e mãe dos pichadores, fazer pagarem a tinta e pintarem de novo”, opina. Ana Célia Pinheiro, 59, lamenta que tantas pichações estejam espalhadas pelo bairro. “É muito feio, suja a cidade e estraga a aparência das casas”, comenta.

Ciciro Back
Vândalos rabiscaram toda quadra.

Lixos e entulhos

Em muitas calçadas do bairro estão jogados entulhos de construção. No entorno do Ribeirão do Padilha, há garrafas, fios de luz descascados, restos de madeira e outros materiais jogados. “O pessoal joga sofá, pneu, um monte de coisas. O povo é mal educado”, reclama Rui. Odília aponta outro problema. “O pessoal não põe o lixo reciclável no dia em que o caminhão passa, e deixa ir com o caminhão do lixo normal. Vejo direto isso”, afirma. “Ou então o caminhão acaba de passar e jogam o lixo na praça, aí aparece barata, rato. Enquanto o povo não se conscientizar, o mundo está perdido”.

Reaproveitar é possível!

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Panificadora dá exemplo com coleta de óleo de cozinha.

Mas tem gente ali no Conjunto Salgueiros que já se conscientizou e está fazendo sua parte para deixar o bairro melhor. A panificadora Pimpão, na Rua Marte, mantém um tambor para recolher o óleo de cozinha usado pelos moradores. O material é enviado para o projeto PerpetÓleo, do Santuário Perpétuo Socorro, que vende o óleo para uma empresa que o transforma em biodiesel. O dinheiro obtido mantém uma chácara de recuperação de usuários de drogas.

O proprietário da panificadora, José Hamilton Tausck, conta que o estabelecimento já fazia o descarte correto e que recebia cinco litros de sabão a cada 50 litros de óleo. “Como a vantagem não era tão grande, decidi ajudar uma entidade e promover a conscientização do descarte correto”, explica. “Pensei em fazer uma panfletagem para divulgar no bairro, mas como o tambor ficou em um lugar bem visível o pessoal sempre pergunta e eu oriento”.