Animais soltos ao longo das estradas representam um risco a mais para quem viaja. Nas proximidades de diversas rodovias é comum encontrar cavalos, burros, bois e vacas pastando livremente, sem estarem amarrados com cordas que os impeçam de invadir as vias e entrar na frente dos veículos.
"É mais comum flagrar os animais soltos nos domingos, quando geralmente os carrinheiros responsáveis por eles não trabalham, e à noite. Depois que escurece, fica mais difícil de os motoristas enxergá-los e conseguirem evitar acidentes. É uma tremenda falta de responsabilidade dos donos", comenta o caminhoneiro Neidece Lemes Costa.
Ele conta que já perdeu a conta do número de vezes que, com o caminhão carregado, teve que frear bruscamente para evitar o atropelamento de animais. "Muitas vezes, os animais entram de repente na via. Então, a gente tem que segurar rápido o veículo ou tentar desviar, correndo o risco de sair da estrada e até sofrer um acidente. É muito perigoso. Quem dirige deve estar sempre atento", diz.
Ontem de manhã, o taxista Roberto Antônio Carnieri levou um grande susto ao cruzar com dois cavalos e um burro soltos logo após uma curva na Estrada da Cachoeira, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba. No local, além de caminhões e veículos de passeio, costumam circular ônibus lotados. "Os animais estavam pastando na beira da estrada e volta e meia atravessavam as vias, colocando em risco a segurança de motoristas".
Roberto revela que, há cerca de um ano, um amigo seu atropelou um cavalo na estrada e quase perdeu a vida devido ao acidente. "Meu amigo atropelou o cavalo, que chegou a entrar para dentro do carro depois que o pára-brisa quebrou. Ele ficou vários dias internado em estado grave", recorda.
Polícia
De primeiro de janeiro do ano passado até o último dia 26, em todo o Paraná, nas rodovias sob jurisdição da Polícia Rodoviária Estadual, foram registrados 240 acidentes envolvendo atropelamentos de animais. Segundo a polícia, a responsabilidade pelos acidentes é sempre dos proprietários dos bichos. Em casos de danos materiais, lesões físicas e mesmo falecimento de motoristas e passageiros, eles podem vir a ser acionados na Justiça.