Estudantes que ocupam a reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde terça-feira se reúnem hoje à tarde com representantes da instituição. O encontro, porém, não deve por fim à ocupação, pois a negociação será referente à pauta coletiva que contém reivindicações de alunos, professores e servidores técnico-administrativos.
A pauta coletiva apresenta oito itens que abordam, entre outros assuntos, a criação da creche para alunas mães, professoras e técnicas; novos concursos públicos e o repúdio à instalação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares no Hospital de Clínicas. “Não vamos negociar as reivindicações estudantis. Itens como a assistência aos estudantes, por exemplo, não estão na pauta coletiva”, explicou a estudante do curso de Medicina e integrante do movimento de greve Ana Paula Pereira. A universidade informou que mantém sua estratégia de aguardar que os estudantes deixem o prédio para seguir com as negociações. Por outro lado, Ana Paula garante que os alunos só sairão quando a negociação avançar.
Danos
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade divulgou ontem nota reafirmando que não apoia a ocupação. Além disso, manifestações nas redes sociais afirmam que o movimento de greve danificou o material de campanha do reitor Zaki Akel Sobrinho, que concorre a mais uma gestão, e preservou o material da chapa de oposição. Ana Paula nega as informações e garante que os estudantes grevistas não têm nenhum posicionamento político.
Calendário ameaçado
Em reunião na Câmara de Curitiba, o presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR), Luís Allan Kunzle, afirmou que não há previsão para o fim da greve da categoria ainda neste mês. “Se a proposta vier no final deste mês, teremos que realizar assembleias em todas as 65 universidades antes de suspender a paralisação, levando a greve até agosto”, explicou. Ele destacou ainda que, se a greve seguir até setembro é possível que o calendário do segundo semestre seja cancelado.