Paraná investe R$ 82 milhões para recuperar florestas

O Paraná está inserido em uma área de 20 milhões de hectares, sendo que dos 80% originais de cobertura vegetal restaram apenas 20%, concentrados na Serra do Mar, Parque Nacional do Iguaçu e região centro-sul. A situação é mais crítica em áreas de florestas em estágios mais desenvolvidos. A vegetação em estágio médio de sucessão – até 20 metros de altura – aparece em 14,64% do Estado, e em estágio avançado – até 40 metros de altura e 2 metros de diâmetro – totalizam 3,40% do total. Um desses exemplos é floresta de araucária, árvore símbolo do Paraná, que aparece em apenas 0,8% da vegetação.

Mudar esse panorama é a proposta que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) pretende difundir nos próximos anos. Para isso o órgão vem desenvolvendo uma série de medidas para deter o avanço do desmatamento, resultado da expansão da agropecuária. Está prevista aplicação de R$ 82 milhões em ações ambientais destinadas a recomposição da cobertura florestal. Além disso, vem intensificando, através do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a fiscalização da devastação ilegal. Só este ano o IAP aplicou 2.483 multas, 32% a mais do que foi aplicado no mesmo período de 2002.

“De todos os problemas ambientais que temos no Paraná, seguramente a falta de cobertura florestal é a mais grave. A falta de árvores leva ao empobrecimento do solo, assoreamento dos rios, a redução da biodiversidade animal, a extinção de espécies, e a alteração da velocidade dos ventos e do clima. São danos irreparáveis”, disse o secretário estadual do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida. Segundo ele, o Estado precisa de um programa contínuo para trabalhar a questão. E para isso a secretaria implantou um programa de reposição da mata ciliar, que prevê, entre outras ações, a realização de conferências em vinte regiões do Estado que contam com escritórios do IAP. Segundo ele, já foram realizadas sete conferências, que reuniram uma média de quatrocentas pessoas por região.

“Além de discutir a problemática ambiental de cada região, estamos discutindo como arborizar o Paraná e manter essa cobertura”, disse Cheida. Mas o principal dessas discussões, analisa, é como encontrar alternativas viáveis economicamente. Para o secretário, o resultado desse trabalho passa pela conscientização da população da necessidade da preservação e conservação. “É preciso que se tenha em mente que quanto mais verde um estado é, mas rico ele será”, falou.

Ações

Como parte integrante do programa de reposição da mata ciliar, a Sema irá promover, ainda este ano, o incentivo à arborização urbana. Para isso a secretaria teve aprovada no Fundo Estadual de Meio Ambiente uma reserva de R$ 2 milhões para aplicação nesse setor. “Tem municípios no Paraná sem árvores, e isso é uma realidade que nós queremos mudar”, afirmou Cheida.

Outra preocupação da Secretaria do Meio Ambiente está voltada para a conservação da biodiversidade do Estado. O programa Paraná Biodiversidade conta com a participação de pesquisadores escoceses e brasileiros que oferecerão recursos e apoio científico para a Sema na conservação de importantes remanescentes dos ecossistemas originais do Estado. Esse projeto deve atingir vinte mil propriedades, que correspondem a 20% do Paraná, abrangendo três áreas específicas, os corredores Araucária, Paraná-Iguaçu e Ilha Grande-Caiuá.

Para a proteção da floresta atlântica do Paraná a Sema está executando o programa Pró-Atlântica – com recursos externos em parceria com o Banco Alemão KFW . O objetivo é consolidar a gestão e o controle ambiental na floresta atlântica, abrangendo uma área com pouco mais de 11 mil km2 de extensão, que inclui a Serra do Mar, planície litorânea e Vale do Ribeira, totalizando 15 municípios.

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