País caminha pro colapso no setor elétrico, diz sindicalista

A paralisação de três dias dos funcionários das unidades Eletrobras em todo o País, que durou até quarta-feira, seguiu por tempo indeterminado em algumas empresas do sistema, incluindo os trabalhadores da Eletrosul Centrais Elétricas S. A., em Curitiba. Se o movimento perdurar, há risco de apagões elétricos, de acordo com o Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindenel).

Segundo a entidade, a adesão à greve é de 90% do quadro de aproximadamente 150 funcionários. Assim como os demais trabalhadores da Eletrobras, desde maio reivindicam ganhos reais no reajuste salarial do acordo coletivo de trabalho 2013. Hoje, nova reunião com a direção da empresa pode decidir se a greve será suspensa ou se, a partir de segunda-feira, as demais empresas do sistema voltam a paralisar as atividades.

Cortes

O presidente do Sindenel, Alexandre Donizete Martins, afirma que se houver greve geral na próxima semana, a população poderá sofrer com “apagões”. “Nesta época do ano as subestações ficam vulneráveis a quedas e, sem o quadro completo de funcionários, o risco é que leve horas para o sistema ser restabelecido”, afirma. Ele também ressalta que, mesmo sem greve, o País caminha para o colapso na distribuição de energia por causa da redução de investimento motivada pelas medidas provisórias que tratam da intervenção das empresas do setor e da redução na tarifa de energia. “As empresas planejam corte no número de funcionários. A Eletrosul, por exemplo, deve dispensar um terço do quadro atual, o que afetará a qualidade do serviço”, alerta.

Segundo a Eletrobras, as operacionais de geração, transmissão e distribuição, bem como as trocas de turno estão ocorrendo sem problemas, com intervalos de tempo variando a cada 12h ou 24h, dependendo da localidade.

Reivindicações incluem ganho real, abono e direitos

Os trabalhadores pedem 4% de ganho real mais a reposição inflacionária do período baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Também querem pagamento de abono salarial equivalente a três talões de vale-alimentação, totalizando R$ 2,8 mil. Outra reivindicação é a manutenção de direitos adquiridos, como o pagamento do anuênio.

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