Obra do Fórum será retomada para abrigar secretarias

O governador Roberto Requião assinou ontem a ordem de serviço para o início das obras de recuperação do prédio localizado na Praça Nossa Senhora de Salete, que seria destinado ao Fórum de Curitiba. É a primeira parte do projeto de revitalização do Centro Cívico, que compreende a retirada dos últimos quatro andares e reforço na estrutura do edifício, orçada em R$ 1,7 milhão. Este trabalho deve durar quatro meses. Outros R$ 12 milhões serão aplicados na obra, cuja conclusão está prevista para outubro do ano que vem. O prédio começou a ser construído em 1986, mas está abandonado há onze anos.

O edifício, do jeito que está atualmente, é avaliado em R$ 12 milhões, o que tornou inviável a sua demolição. Assim, a solução encontrada foi o desmonte dos pavimentos. A empreiteira Valor, que conquistou a licitação para a primeira fase, vai utilizar para isso uma técnica inédita na história da engenharia paranaense: o corte de lajes com discos e fitas adiamantados. A eliminação dos quatro andares vai diminuir o peso do prédio em 40%, o que vai acabar com os problemas de estrutura. “O projeto original já previa quatro andares a menos, além do térreo e do subsolo. Nos baseamos em relatórios e laudos já feitos no prédio para a execução do projeto”, explica Edson Klotz, arquiteto que concebeu o projeto de conclusão da obra. Os pedaços de concreto retirados do esqueleto serão reutilizados na construção de casas populares e de um novo centro administrativo para a Penitenciária Estadual de Piraquara.

Para Requião, a obra vai trazer de volta ao Centro Cívico quatro ou cinco secretarias, de onde nunca deveriam ter saído: “Elas foram dispersadas para outros cantos da cidade. A administração perdeu a integralidade. O secretário de Estado de Obras Públicas, Luiz Dernizo Caron, demora mais de uma hora para chegar até o Palácio Iguaçu, vindo lá de Santa Cândida. Além disso, as secretarias estão instaladas de favor em alguns prédios”, conta o governador. “Estamos desatando dois nós: o primeiro é o do prédio, e o segundo a centralização do Poder Judiciário. Em um projeto de lei, já sancionado, a área da Prisão Provisória do Ahu vai se tornar um centro integrado do Poder Judiciário e do Ministério Público.” Requião informa que a licitação desse projeto deve acontecer até o final do ano.

Homenagem

Para o governador, a revitalização do Centro Cívico é uma homenagem ao ex-governador Bento Munhoz da Rocha Neto, que iniciou o projeto de reunir toda a cúpula governamental em um só lugar: “Estamos homenageando a visão de futuro de Bento. Acabou o período de irresponsabilidade administrativa”, arremata. O secretário de Obras Públicas classificou o esqueleto como verdadeiro monumento à incompetência e ao descaso com o dinheiro público. “Será um exemplo de como é possível reconstruir”, complementa.

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