Após a ocupação de nove das 27 praças de pedágio do Estado por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, mais de mil militantes se dirigiram a Londrina, onde participaram ontem de uma celebração para marcar o início da Marcha Nacional pela Reforma Agrária no Paraná. À noite, eles deixaram a cidade rumo a Goiânia, de onde partirão, em um grupo de dez mil manifestantes de todo o Brasil, para caminhada rumo a Brasília, na segunda-feira. O principal objetivo é reivindicar junto ao governo Lula os 430 mil assentamentos prometidos no início do mandato.
?Essa é uma ação para criar debate sobre o tema e envolver a comunidade?, disse o coordenador do MST no Estado, José Damasceno, durante o início da manifestação em Londrina, em frente à sede da Prefeitura. Entre os participantes, estavam ainda integrantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e dos movimentos Via Campesina e Grito dos Excluídos. De lá, saíram em passeata pelas ruas da cidade em direção ao calçadão central, onde foi feita uma celebração ecumênica para integração dos participantes.
A chuva, porém, atrapalhou os planos dos militantes. Por volta das 16h, a passeata teve de ser substituída por uma carreata de ônibus até o centro esportivo do conjunto Maria Cecília, onde os sem terra estavam alojados. ?Lá houve o momento de bênção e partilha, quando distribuímos rapadura a todos os participantes, uma simbologia da primeira marcha para Brasília, em 97?, disse o padre Dirceu Fumagali, da Pastoral da Terra, explicando que a rapadura é comparada ao movimento de luta pela terra: árduo, mas de gosto agradável para seus participantes.