Motoboys na bronca por reprovações em exames

As recorrentes reprovações em testes psicológicos EAR (Exerce Atividade Remunerada) tem causado indignação em motofretistas. O exame é exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), conforme lei para o exercício regulamentado da profissão, assim como a conclusão de curso de 30 horas de capacitação e licença municipal. Levantamento da Tribuna com os motofretistas conclui que há consenso sobre a provável “indústria” da reprovação comandada pelas clínicas credenciadas pelo Detran-PR, a fim de levar vantagem financeira com as remarcações dos testes. O custo é de R$ 66,01, sendo 80% do valor destinado à empresa, conforme edital de credenciamento.

No Centro, em estacionamentos exclusivos para motofretistas, o assunto virou rotina. Para o motofretista Edison Renato Moro a regulamentação é a garantia de trabalhar dentro da lei, mas foi reprovado duas vezes e aguarda pela terceira oportunidade. “Acho um absurdo tantas negativas. Parece má-fé”. O teste foi realizado na GPtran Centro de Avaliação de Condutores. A reportagem entrou em contato com a empresa, que não quis de manifestar.

Experiência

Para Anderson de Pádua, “as clínicas estão arrumando assunto para tirar dinheiro”. Ele precisou de dois agendamentos e esperar na fila de remarcação. Há quem tenha se dado bem logo na primeira, como o veterano Fernando Polak, com 23 anos de experiência. “Tem que prestar muita atenção porque tudo é analisado desde a hora que você entra na sala do avaliador”, conta.

Direito à informação

Segundo o Detran-PR, o usuário em caso de dúvidas sobre o resultado do exame psicológico tem o direito de receber informações sobre a avaliação. Basta solicitar entrevista devolutiva ou acessar o laudo, para que sejam apresentadas as justificativas da inaptidão. Tudo sem custo. Sobre as clínicas, o órgão público afirma que a fiscalização é regular de forma aleatória ou por meio de denúncias.

O secretário geral do Sintramotos Edemilson Pereira da Mata considera grave o pensamento dos motofretista em relação às clínicas. “Vamos conversar com a categoria e investigar o que está acontecendo.”

Voltar ao topo