Missão de Paz: tenente conta experiência marcante no Haiti

Em fevereiro do ano passado, o tenente Leandro Azevedo, da Polícia Militar do Paraná (PMPR) rumou ao Haiti para participar da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), chefiada pelo Exército Brasileiro. O pequeno país localizado numa ilha da América Central é um dos mais pobres do mundo e sofre para se reerguer, após um forte terremoto de magnitude 7 ocorrido há dois anos e que matou mais de 200 mil pessoas.

Durante um ano, Azevedo teve basicamente duas funções entre os boinas azuis (como são conhecidos os oficiais em missão da ONU). Na primeira parte, o tenente trabalhou monitoramento policial antisequestro na capital Porto Príncipe, onde morou durante toda a missão. Já na segunda fase, o oficial trabalhou exclusivamente dentro da sua especialidade: a cinotecnia (ciência responsável pelo estudo da anatomia, comportamento, psicologia, fisiologia dos cães). “Foram trabalhos totalmente distintos, mas de muito aprendizado. O fato de eu ter trabalhado com oficiais de outros países, com outra cultura e novas técnicas foi fantástico”, afirma.

Em relação à comunicação entre policiais estrangeiros, Azevedo conta que não houve grandes problemas com a língua. “Todas as conversas eram feitas basicamente em inglês e espanhol. Usávamos pouco o francês, que é a língua local. Mas no fim todos acabavam se entendendo”, diz.

Violência

De acordo com Azevedo, no assunto segurança, o Haiti sofre com dois problemas específicos: sequestro e violência contra mulheres. A onda de sequestros no país começou logo após o terremoto e o principal alvo dos criminosos eram membros das famílias da elite haitiana. “Nos últimos tempos ocorreram bastante sequestros de estrangeiros também, principalmente membros de ONGs”, revela.

O problema da violência contra a mulher, segundo o tenente, é histórico no país, mas após o terremoto piorou pela falta de segurança que o Haiti enfrentou depois do desastre. “É todo tipo de crime contra mulher: estupro, abuso sexual e violência doméstica. Ocorre muito e hoje, esse problema, é um dos grandes desafios para os oficiais em missão lá”