Salários atrasados

Lynx Vigilância deixa 2 mil trabalhadores na mão

A Lynx Vigilância informou ao Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região que não irá pagar nada do que deve aos 2 mil trabalhadores que prestam serviços a órgãos públicos do Paraná. Por volta das 23h de segunda-feira (9), após paralisação da categoria, a direção da empresa comunicou que os trabalhadores que quiserem devem procurar a Justiça do Trabalho para cobrar seus direitos dos tomadores de serviços.

Segundo o presidente do Sindicato dos Vigilantes, João Soares, os funcionários da Lynx estão com os salários e vales alimentação e transporte atrasados há dois meses, além de não terem recebido o décimo terceiro salário. Os problemas estariam ocorrendo há mais de seis meses. Como a folha de pagamentos gira em torno de R$ 6 milhões mensais, Soares estima que só de salários a dívida trabalhista seja de R$ 18 milhões.

Na reunião com o sindicato, a direção da empresa avisou que não irá acertar nem as verbas rescisórias e concordou apenas em fornecer o termo de rescisão de contrato de trabalho para liberação do FGTS, as guias do seguro-desemprego e a baixa na carteira de trabalho. “Eles receberam dos órgãos públicos e se apropriaram indevidamente. Não é uma empresa séria”, ataca Soares. Na sexta-feira, o sindicato vai homologar as rescisões para permitir que os empregados saquem o FGTS. “É uma situação difícil para um trabalhador que ganha R$ 1,2 mil, precisa comprar comida e está sem receber”, ressalta.

Soares informou que a assessoria jurídica do sindicato vai ajuizar ações trabalhistas contra a Lynx e os tomadores de serviços para cobrar o pagamento dos salários e benefícios atrasados, além das verbas rescisórias, como os 40% do FGTS devidos em demissões sem justa causa. “As ações serão contra o Estado porque, se contratou mal, terá que se responsabilizar. Se não fiscalizou, terá que pagar duas vezes. Mas dói porque é o dinheiro do contribuinte”, afirma o presidente do Sindicato dos Vigilantes.

Na lista de clientes da Lynx Vigilância estão órgãos públicos como: Banco do Brasil, Receita Federal, Correios, Procuradoria Geral da Republica, Teatro Guaíra, Celepar, Paraná Esportes, DER, Tecpar, Tribunal de Justiça, Emater, INSS, Copel, Detran-PR e Regionais de Saúde, entre outros. Vários contratos já foram encerrados no início do ano, casos do Banco do Brasil, Copel e Correios. Outros estão prestes a expirar, como os do Tecpar e do Tribunal de Justiça do Paraná.

A reportagem entrou em contato com a Lynx, mas foi informada de que o diretor Marcos Guidio passou a tarde em reuniões e havia saído para outra reunião. A secretária disse que ele retornaria o contato se quissesse falar, o que não aconteceu.

Voltar ao topo