Londrina: 60 mil abaixo da linha de pobreza na região

Apesar de ostentar o segundo melhor desempenho econômico do Paraná, a região de Londrina apresenta os mesmos contrastes entre riqueza e pobreza que vêm sendo registrados em todo o Estado. Os 21 municípios da região têm 842.802 habitantes, 58.732 vivendo abaixo da linha de pobreza. Este contingente, 6,97% da população, não possui renda ou consegue no máximo R$ 60,00 de rendimento mensal, valor insuficiente para suprir as necessidades básicas diárias.

O estudo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, desenvolvido pelo Instituto Agronômico do Paraná, revela estar a região em situação melhor do que o Estado, que dos 9.501.559 habitantes contabiliza 1.029.012 paranaenses vivendo abaixo da linha de pobreza. Equivalem a 10,83% da população paranaense.

Os dados socioeconômicos já começam a servir de base para elaboração e execução de projetos de inclusão social do governo do Estado. “Nossas ações governamentais priorizam camadas da comunidade sempre relegadas a plano secundário nas últimas administrações estaduais”, comenta o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e vice-governador, Orlando Pessuti.

O programa Leite das Crianças, que além de oferecer leite para crianças carentes com idades entre seis meses e um ano, visa promover a melhoria da pecuária leiteira e proporcionar desenvolvimento econômico às regiões onde é implantado, é um dos exemplos das estratégias integradas para reverter a situação de miséria em várias regiões.

A isenção das famílias pobres do pagamento de luz, por meio do programa Luz Fraterna, também pretende colaborar para a economia do Estado. Assim como os diversos incentivos fiscais que o governo do Paraná tem concedido às pequenas e microempresas para incentivar a criação de novos empregos. Nas regiões economicamente mais deprimidas, tais incentivos são ainda maiores.

Inchaço

Das 21 localidades integrantes da Amepar (Associação dos Municípios do Médio Paranapanema), Tamarana e Centenário do Sul estão acima da média estadual de pessoas vivendo em situação de “quase indigência”. Isto é, reúnem comparativamente percentual maior de pobres. E treze municípios encontram-se acima da média da Amepar. São aqueles que, após o rápido processo de mecanização no campo, não conseguiram atrair indústrias para geração de empregos na cidade. Conjuntamente, Londrina, Cambé, Ibiporã e Arapongas totalizam 78,15% dos moradores da Amepar e 72,39% das pessoas pobres.

Nesse eixo, a concentração industrial e populacional gera contrastes sociais enormes. A região, principal pólo produtor de café nos anos 60 e 70, passou por profundas transformações após o declínio dessa atividade. Houve diversificação de atividades agrícolas, ao mesmo tempo em que as principais cidades próximas a Londrina conseguiram alavancar o processo de industrialização.

Não fosse esse avanço, dificilmente a região teria percentual mais baixo de pessoas pobres do que a média estadual. Porém, ao mesmo tempo, atraíram milhares de trabalhadores liberados pelo campo. Sem qualificação profissional e baixo nível de escolaridade, moram em condições precárias na periferia. São elas que fazem parte das 58.732 que vivem abaixo da linha de pobreza.

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