Lodo do Passaúna vira tijolo

A Sanepar é a primeira empresa de saneamento do País a incorporar o lodo produzido em estações de tratamento de água na fabricação de tijolos. A iniciativa da empresa segue determinação da lei ambiental 9605-97 que proíbe que os reservatórios de água joguem influentes e sobras nos rios. O lodo é o material que sobra da lavagem dos filtros e decantadores das estações de tratamento.

Desde 97 a Sanepar vinha estudando uma maneira de se adaptar à lei. Uma consultoria de uma empresa terceirizada indicou quatro opções. Transferir o lodo para um aterro sanitário, para aterro industrial, incinerar ou utilizá-lo na fabricação de tijolos. “Ficamos com essa opção devido aos custos e aos resultados que isso poderia trazer”, explica o gerente de produção da Sanepar, Agenor Zarpelon. O tijolo ecológico é produzido com uma parte de lodo da Estação de Tratamento de Água (ETA), uma parte de barro preto e uma parte de argila. O novo produto tem a mesma qualidade e mesma resistência dos tijolos convencionais. A transferência do lodo teve início em janeiro deste ano, com a instalação da primeira centrífuga adensadora em operação na Estação do Passaúna, em Curitiba. O equipamento tem capacidade de gerar, em média, 12 toneladas de lodo por dia. Tijolos

A Sanepar firmou parceria com seis olarias da Região Metropolitana de Curitiba. A produção dos tijolos segue determinações do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) Segundo João Reinaldo Gritten, proprietário da Olaria Curió, no Caximba, em Curitiba, os resultados têm sido positivos. “Não há diferença na qualidade final do produto. O tijolo continua o mesmo”, comenta. “O importante também é que reduzimos um pouco os nossos custos e ainda contribuímos com o meio ambiente”, complementa João Reinaldo.

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