Liminar a bingo teria origem na Junta Comercial

O delegado Miguel Stadler, do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), afirmou ontem que existem no mínimo duas pessoas da Junta Comercial envolvidas na alteração contratual irregular do Bingo Village Batel. A alteração supostamente teria beneficiado o Bingo Monte Carlo a conseguir liminar favorável à abertura da casa no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em Porto Alegre.

Ontem, sete funcionários da Junta Comercial do Paraná foram submetidos a uma acareação no Nurce, em Curitiba. Durante duas horas e meia, os funcionários, frente a frente, tiveram que responder a perguntas sobre a possibilidade de corrupção para liberar de maneira irregular a alteração contratual para a empresa Village Batel. “Pudemos perceber a reação e o incômodo deles diante dos questionamentos, já que eles estavam frente a frente, contando suas versões diferentes”, explicou o delegado do Nurce.

Stadler disse que será necessário ouvir mais funcionários e estagiários da Junta, para ajudar a esclarecer alguns pontos levantados na acareação. Segundo ele, a primeira fase da investigação, que implica em ouvir os funcionários da Junta, termina na semana que vem. “Nesta primeira fase vamos descobrir quais funcionários participaram da operação e se houve algum tipo de suborno pelo trabalho. A partir daí, vamos começar a fazer investigações quanto ao uso do documento criado na Junta Comercial, que foi usado para conseguir a liminar para abrir o Bingo Monte Carlo”, explicou.

Autos

O Nurce aguarda uma cópia dos autos que embasaram a liminar do TRF da 4.ª Região e que, segundo o núcleo, permitiram a abertura do Bingo Monte Carlo. Com este documento em mãos será possível convocar os proprietários do bingo para depor. O advogado do Bingo Monte Carlo, Michel Saliba, afirmou que o Village e o Monte Carlo são bingos diferentes e que a decisão do TRF nada teve a ver com a alteração de contrato do Village.

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