Justiça solta delegados suspeitos de extorsão

Os três delegados de polícia presos preventivamente há uma semana por meio da Operação Pontocom.pr, realizada em conjunto pela Polícia Federal e Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), já estão em liberdade. Além de Paulo Roberto Padilha (13.º Distrito), solto ainda na semana passada por falta de justificativas para a prisão, Roberto Fernandes, da delegacia de Matinhos, e Hamilton Cordeiro da Paz, do 7.º Distrito Policial da capital, foram soltos entre anteontem e a madrugada de ontem por força de habeas corpus. Um dos cinco investigadores presos na mesma ocasião, o policial Carlos Pereira, do 1.º Distrito, também deixou a cadeia.

Na última terça-feira foram presos, cinco investigadores e dois delegados suspeitos de extorquir dinheiro de hackers para não revelar um esquema de golpes que estariam aplicando via internet em diversos bancos do País, causando prejuízos milionários às instituições. No mesmo dia, dois empresários também foram capturados por utilizarem os serviços dos adolescentes anteriormente descobertos e presos através da Operação Pontocom.pr, da Polícia Federal, desencadeada no início deste mês. O terceiro delegado se entregou à polícia na última quarta-feira.

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), Luiz Alberto Cartaxo – que informou sobre a saída dos policiais da prisão – acredita que em breve os outros investigadores também devem ser libertados. O motivo é que, para ele, não havia justificativas suficientes para a prisão preventiva. "É preciso que sejam investigados adequadamente antes dessa medida." O delegado não questiona os mandados judiciais, mas explica que o excesso de zelo muitas vezes expõe os profissionais. "A imagem do policial deve ser preservada. Somos extremamente fiscalizados. Temos mecanismos de controle que funcionam fortemente", desabafa, afirmando a preocupação da categoria. "Se há envolvimento de policiais, a Justiça deve investigar, mas não precisamos ver nossas carreiras expostas dessa maneira."

Os policiais ainda devem aguardar possibilidade de denúncias por parte do Ministério Público Estadual. Somente após o posicionamento da promotoria será possível ter certeza se os indiciados terão ou não de responder na Justiça pelas acusações. Por hora, as investigações correm na Corregedoria da Polícia Civil. 

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