Jovem curitibano fuma mais

Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam Curitiba e Porto Alegre como as cidades onde existe o maior número de jovens fumantes. Enquanto no Rio de Janeiro apenas 3,5% dos adolescentes fumam, na capital paranaense o índice sobe para 10,5%. Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma boa data para refletir sobre o assunto, já que o câncer de pulmão, provocado pelo tabaco, é a segunda causa de mortes no País. Só perde para as doenças do coração.

O secretário-geral da Sociedade Paranaense de Tisiologia e Doenças Torácicas, Jonatas Reichert, lembra que o dependente do tabaco é considerado uma pessoa doente. Só 3% deles conseguem abandonar sozinhos o cigarro. Os demais precisam de acompanhamento psicológico e alguns até de remédio. Além disso, a maioria só chega à conclusão de que é hora de largar o cigarro depois que passou por algum susto com a sua saúde.

O tabaco está relacionado a mais de 50 tipos de doenças. Entre as principais estão as do coração, cérebro e pulmão. O câncer de pulmão é a segunda causa de mortes no País, sendo que 90% são pessoas fumantes e 10% pessoas que ficam expostas a ação do cigarro diariamente, em ambiente fechado.

Substâncias cancerígenas não faltam na fumaça que sai do cigarro quando ele queima sem ser tragado. Já foram estudadas 4.720, mas sabe-se que existem perto de 7 mil. Entre elas, os elementos radioativos Polônio 210 e Carbono 14. Elas são absorvidas de agrotóxicos usados nas lavouras de fumo. O médico explica que quando elas atingem temperaturas elevadas emitem radiações e o cigarro quando tragado chega a atingir entre 800 e 1.200 graus celsius. “Se uma pessoa fuma uma carteira por dia, em um ano corresponde a 300 radiografias”, comenta.

O técnico do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, João Alberto, lembra que desde 2000 os profissionais da saúde ganharam um local isolado para acender o cigarro e em 2001 a norma foi adotada nas escolas da rede municipal. Além disso, professores estão sendo capacitados para trabalhar o assunto em sala de aula.

Hoje vão desenvolvidas atividades de prevenção nos postos de saúde e escolas. O Posto de Saúde Ouvidor Pardinho e o Hospital Cajuru desenvolvem um programa que ajuda as pessoas a largar o vício.

Voltar ao topo