Interventor da Funai se reúne hoje com índios

O interventor nomeado para assumir temporariamente a administração da Fundação Nacional do Índio (Funai), regional Paraná e Santa Catarina, Glênio da Costa Alvarez, só chega hoje a Curitiba. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, Alvarez deverá se reunir no início da manhã com líderes indígenas do Paraná e de Santa Catarina, que já estariam a caminho de Curitiba. O encontro acontece no prédio da Funai, no Alto São Francisco.

Ontem, foi publicado no Diário Oficial da União a exoneração do administrador regional Getúlio Gomes da Silva e de seu adjunto Brasílio Priprá. O pedido de afastamento partiu dos próprios índios, mas nem por isso eles deixaram o prédio, ocupado há quase uma semana. “A gente vai esperar a chegada do interventor e ouvir o que ele tem para falar para nós”, informou Paulo Chagas, da etnia caingangue.

Segundo ele, os índios reivindicam assistência na área de saúde e educação. Também reclamam de discriminação e falta de transparência por parte do administrador exonerado.

“A gente espera que seja alguém que vista a camisa da causa indígena e trabalhe por amor, sem discriminação por etnias e sem ignorância contra os índios”, falou Chagas, referindo-se ao interventor que deverá ser nomeado por Glênio Alvarez para assumir interinamente a administração regional da Funai no Paraná e Santa Catarina, enquanto prosseguem as investigações.

Além dos dois funcionários, foi exonerado ainda pela presidência da Funai Luís Martins, chefe do posto indígena Ibirama (SC). Segundo Chagas, os índios da aldeia local deverão se reunir para decidir se pedem a volta de Martins ao cargo. É que segundo o índio, a exoneração do chefe do posto indígena teria ocorrido com as denúncias feitas por Silva e Priprá.

Com relação ao trabalho dentro da sede da Funai, Chagas informou que ontem três funcionários estavam atendendo, e que os departamentos jurídico e financeiro estavam funcionando normalmente. “A gente nunca impediu a entrada dos funcionários. Ninguém aqui quer atrapalhar o trabalho deles, senão todos nós seremos prejudicados”, afirmou Chagas.

Voltar ao topo