H1N1

Gripe A agrava crise nos hospitais do Paraná

As próximas semanas serão algumas das mais críticas enfrentadas até agora para a propagação do vírus H1N1, causador da influenza A, a gripe suína. Por conta disso, a procura por atendimento da população também deve se manter elevada.

Neste momento, uma das principais preocupações no combate à doença no Paraná é com a rede de assistência à população, para impedir que mais mortes sejam causadas pela doença, conforme anunciado nas últimas semanas pelo secretário estadual da Saúde, Gilberto Martin, e pelo diretor-geral da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), André Pegorer.

Melhorias na estrutura já existente para absorver essa demanda, seja de leitos, material ou medicamentos necessários podem ser anunciados durante visita do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que vem a Curitiba na terça-feira.

Por enquanto, os custos com a gripe A preocupam os hospitais do Estado. Informações da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços e Saúde do Paraná (Fehospar) dão conta que a rede privada de assistência já vem trabalhando no limite da capacidade física e financeira, desde antes do aparecimento da pandemia.

Com a gripe A, a situação dos hospitais tende a se agravar, já que apesar da incógnita que envolve a progressão da nova gripe, o presidente da Fehospar, Renato Merolli, prevê uma sangria substancial nos já contidos recursos públicos e privados da saúde.

Conforme estimativas de hospitais da capital e interior, o custo médio diário para cada paciente internado com insuficiência respiratória pela gripe A, com uso ininterrupto de equipamento de ventilação e gasoterapia, chega a R$ 1.200.

Entre as principais medidas tomadas até agora em Curitiba está o fechamento do pronto-atendimento do Hospital de Clínicas (HC), no último dia 24, para atendimento exclusivo aos pacientes graves com doenças respiratórias, suspeitos de estarem com a nova gripe. Os pacientes são encaminhados para o HC pelo Samu, depois de passarem por triagem.

Para enfrentar esta fase mais crítica de propagação da doença, a Sesa prevê que mais 300 leitos gerais serão colocados à disposição. A estrutura existente hoje no Paraná é suficiente para os pacientes da nova gripe, segundo o secretário estadual de Saúde.

De acordo com Martin, são 2 mil postos de saúde no Estado e 1.672 equipes de saúde da família para realizar o atendimento aos doentes, além de pelo menos um hospital em cada uma das 22 regionais de saúde.

O governador Roberto Requião também anunciou que poderão ser utilizados o Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba, e o Hospital Infantil de Campo Largo, ainda não inaugurado, como apoio na assistência aos pacientes com complicações da nova gripe. Para esta semana está prevista ainda a liberação de leitos da unidade de saúde do Boa Vista, segundo anunciado pelo vice-prefeito, Luciano Ducci.

Mas nem sempre o atendimento é tão fácil como anunciado. A grande procura tem causado demora no atendimento na capital. Durante esta semana, pacientes, médicos e servidores da unidade de saúde do Pinheirinho relataram as dificuldades aos vereadores da bancada de oposição que foram ao local.

A procura pelos postos de saúde, no entanto, é considerada estável e previsível pela prefeitura para esta época do ano, quando as doenças respiratórias aumentam.

Na semana passada, do total de procura pelo atendimento público de saúde em Curitiba, 29,82% foi por problemas de doenças respiratórias, o correspondente a mais de 20 mil pessoas. Na semana anterior, o número foi um pouco maior, com 21 mil pacientes com problemas respiratórios.

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