Motoristas e cobradores de ônibus seguem na frente das garagens das empresas que atuam no transporte coletivo de Curitiba. Eles garantem que vão permanecer nos locais de trabalho até o desfecho da greve. A maioria está em frente às garagens desde a madrugada desta terça-feira (14), quando teve início a greve da categoria. Em uma garagem da Viação Glória, no bairro Boa Vista, um ônibus biarticulado da linha Interbairros – com os pneus furados – foi colocado na entrada da garagem, bloqueando a passagem.
Os motoristas e cobradores em greve citam há uma grande defasagem salarial e que o vale alimentação de R$ 105 por mês não atende as necessidades dos trabalhadores. Pedindo para não ser identificado, um motorista relatou que a categoria é desvalorizada pelas empresas. Ele cita o exemplo dos assaltos. Quando isto ocorre, a empresa não dá apoio para o motorista e o cobrador. “Ninguém da empresa leva nem para fazer o boletim de ocorrência. Ninguém pergunta se você está abalado psicologicamente”, contou.
Um motorista ainda disse que os passageiros do sistema de transporte não têm ideia das dificuldades que os trabalhadores enfrentam diariamente.
Na garagem da Auto Viação Marechal no bairro Bom Retiro, motoristas e cobradores também estavam aguardando uma solução para o impasse. Eles disseram que estavam dependendo do comércio para utilizarem banheiros. Os trabalhadores foram para frente da garagem logo após a assembleia que determinou o início da greve. “Nós só estamos lutando aqui pelos nossos direitos”, ressaltou o cobrador Edson Luís.
Os funcionários flagraram um colega de trabalho entrando na empresa dentro de um carro não identificado, o que gerou revolta entre os que aguardam d lado de fora. Diante disto, os motoristas e cobradores parados pediram para um entregador de água abrir o caminhão quando chegava na garagem para fazer a entrega. Nada foi encontrado na carroceria. Uma viatura da Polícia Militar acompanhava de longe a movimentação na garagem da Auto Viação Marechal.