Funcionários da Repar param por mais vagas na empresa

Funcionários da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, fizeram ontem paralisação de 24 horas por mais segurança e para aumentar o número de vagas na empresa. O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC) denunciou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) déficit no efetivo da empresa de 500 postos de trabalho, sobretudo na parte industrial.

O presidente do Sindipetro, Silvaney Bernardi, explica que, além da empresa não ter contratado na mesma proporção do seu crescimento, já que desde 2009 quase dobrou a capacidade de produção, a Repar conta com procedimentos de “subnotificação de acidentes” que não refletem a realidade. “Eles classificam muitos acidentes como incidentes e não consideram afastamento quando o trabalhador precisa ficar encostado por três dias”, explica.

Outra irregularidade levantada pelo Sindipetro diz respeito ao programa de retorno do trabalho. “Na prática, é uma manobra para varrer a sujeira para baixo do tapete.

Ao trazer de volta o funcionário, mas para o setor administrativo por conta da restrição, a empresa acoberta as evidências sobre a gravidade dos acidentes que estão ocorrendo por causa do perigo de se trabalhar com efetivo insuficiente”, relata.

Exceção vira regra

Ele diz que o excesso de horas extras na refinaria é mais um indício da falta de funcionários. “O que era para ser exceção virou regra. E não é raro o trabalhador que já cumpriu oito horas dobrar para 16 horas porque faltou funcionário para rendê-lo”, informa.

À tarde, dois procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) fizeram inspeção na Repar. Um procurador deverá ser designado hoje para apurar o caso.

Petrobras garante segurança

Em nota, a Petrobras informou que tem como prática nesse tipo de mobilização tomar todas as medidas necessárias para garantir a normalidade das operações da companhia, de modo a não haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado, “sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações da companhia”.

A empresa garantiu que mantém seu efetivo adequado, compatível com o crescimento da refinaria.