Fogo continua destruindo Parque de Ilha Grande

Quarenta pessoas, entre bombeiros, técnicos, funcionários das prefeituras da região e voluntários seguem trabalhando na tentativa de conter o incêndio no Parque Nacional de Ilha Grande, na divisa do Paraná com o Estado de Mato Grosso do Sul. Ontem, finalmente, chegaram o helicóptero e os tratores, essenciais no combate ao fogo, e que eram aguardados desde sábado, quando o incêndio começou.

O helicóptero estava no Rio Grande do Sul. Os tratores precisavam apenas de uma balsa que os transportasse até a ilha, mas a única balsa disponível era particular e o proprietário não foi encontrado durante o final de semana e o feriado de 1.º de maio.

Apenas ontem os tratores foram levados ao parque. José Joaquim Crachineski, coordenador do programa de prevenção de incêndios do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pelo parque, explicou que a situação é bastante delicada. ?O fogo está no meio do parque, numa região de difícil acesso e bastante alagada. A situação está complicada e merece toda a atenção. Venta forte e não há perspectiva de chuva?, afirmou.

Crachineski informou que enquanto o helicóptero joga água por cima, para diminuir o volume das chamas, por terra os combatentes trabalham de duas formas: enquanto uma equipe utiliza os tratores na construção de barreiras de terra e abertura de vãos na vegetação, na tentativa de evitar o avanço das chamas, técnicos do Ibama iniciaram uma operação de contra-fogo, que consiste em iniciar fogo que vá em direção ao incêndio, para que, ao se encontrarem, se anulem. ?É uma operação muito técnica e com alguns riscos?, disse.

As causas do incêndio ainda não foram descobertas, mas José Joaquim lembra que ?historicamente esses incêndios são criminosos. Podem até ser acidentais: uma fogueira de pescadores ou caçadores, por exemplo, mas como eles estão irregulares no local, é criminoso também?.

Segundo a administração do parque, o incêndio tinha, na tarde de ontem, uma frente de aproximadamente sete quilômetros e já havia destruído, pelo menos, 1,5 mil hectares de mata nativa do parque.

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