Atendimento negado

Fim de convênio com maternidade deixa PMs grávidas na mão

A Polícia Militar garante que o problema que estava levando policiais gestantes ou com esposas grávidas a ter atendimento negado no hospital da corporação já está solucionado. O convênio entre o Hospital da Polícia Militar (HPM) e a Maternidade Santa Brígida, que garantia atendimento de emergência e serviços de parto, foi suspenso por falta de pagamento por parte do governo do Estado.

Após muita reclamação dos usuários do hospital, a PM informou, através de sua assessoria de imprensa, que a situação já foi regularizada e os atendimentos, normalizados. A Tribuna entrou em contato com a maternidade para confirmar o restabelecimento do convênio, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Com o convênio suspenso, oficiais e esposas de policiais grávidas, em pleno acompanhamento do pré-natal, estavam sendo orientadas por ginecologistas e obstetras do HPM a procurar atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma das policiais militares nessa situação disse à Tribuna que em sua última consulta no HPM um dos médicos a aconselhou a terminar o pré-natal e encaminhar o parto através do SUS. “Fiquei desesperada, pois toda a minha gestação estava sendo acompanhada por médicos do HPM, que conheciam todo meu histórico. Com que cabeça vou atrás de outro acompanhamento, já com seis meses de gestação”, disse a oficial, que preferiu não revelar sua identidade.

A policial ainda afirmou que, por causa do cancelamento do convênio entre HPM e Maternidade Santa Brígida, foi obrigada a realizar uma série de exames por conta própria. “Tive que colocar a mão no bolso e pagar vários exames que são fundamentais para uma boa gestação, como a ecografia morfológica, por exemplo, que custou R$ 175. E não sou só eu. Há várias policiais grávidas que estão na mesma situação”, disse.

O presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares (Amai), Coronel Elizeo Ferraz Furquim, afirma que a entidade entrou na Justiça para garantir a continuidade do tratamento de grávidas em período final de gestação. “Como mandam uma mulher procurar outro atendimento faltando uma ou duas semanas pro parto? Para cada caso estamos entrando com medida judicial”, afirma.

Ainda de acordo com Furquim, esse problema acontece há 40 dias. “É uma situação relativamente recente, mas que é inadmissível. Na verdade esse é só um episódio dentro de contexto negativo da saúde pública oferecida aos servidores”, ressalta.