Se a fé remove montanhas, o que dizer então de encarar chuva e frio? Para os 200 motociclistas que participaram da procissão de moto de Nossa Senhora do Carmo, ontem, em Curitiba, isso não seria um obstáculo para mostrar a sua devoção à santa. Os fiéis saíram do terminal do Carmo e se dirigiram até a Colônia Muricy, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
De acordo com o padre da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Luiz Alberto Kleina, que também é motoqueiro, a ideia da procissão surgiu como uma forma de conscientizar e pacificar o trânsito. “Queremos alertar o motociclista e o motorista sobre a segurança do trânsito. O objetivo é de que sejamos mais próximos e que tenhamos menos violência. Acredito que esta medida vale a pena, tanto é que fazemos isso desde 2007. Só lamento que o tempo está muito ruim, uma vez que tivemos cerca de quatro mil participantes em outras edições. Mas tudo bem, não será por conta disso que não iremos homenagear a santa”, informa.
O administrador e um dos organizadores da procissão de motos, Lisberto Cavalcanti, revela que o evento é uma forma de trazer o motoqueiro para a igreja e também de acabar com o preconceito que envolve os grupos. “Essa aproximação com os grupos de motoqueiros é uma maneira de a igreja falar uma linguagem mais atual e espalhar a sua fé. Isso serve também para quebrar algumas resistências que as pessoas têm com os motoqueiros”, avalia.
Para o empresário Pedro Luiz Chani, independentemente do tempo, sua presença no evento era mais do que garantida. “Sou frequentador da paróquia de Nossa Senhora do Carmo e desde o ano passado participo dessa procissão. Acredito que é uma maneira de provar a minha fé cristã na santa. Toda vez em que acontecer este evento, estarei presente, com certeza”, garante.
A assistente de recursos humanos, Danielle Albanez, conta que desde a primeira edição sai com sua moto para acompanhar a imagem da santa. “Sou muito devota da santa. Poder fazer essa viagem de moto com ela é um motivo de orgulho”, afirma.