Falta de segurança no calçadão da XV deixa o povo em pânico

Uma das ruas mais movimentadas de Curitiba, a poucos metros da viatura da Polícia Militar e no campo de visão de uma câmera de segurança. Para o técnico de informática Felipe de Manoel Ribas Dinão, parecia seguro e, por isso, escolheu o local para deixar sua bicicleta acorrentada no poste enquanto trabalhava. Mas ao final do expediente a “magrela” tinha sido levada.

O caso aconteceu no dia 4 deste mês, uma quinta-feira, entre 16h e 18h, no calçadão da Rua XV de Novembro, esquina com a Ébano Pereira. Felipe resolveu ir de bicicleta para o trabalho porque “é difícil encontrar vagas nas ruas centrais e os estacionamentos têm custo muito alto”. Ele conta que foi a segunda vez que deixou a bicicleta naquele local, pois não tinha encontrado outros lugares que considerava seguros. “Deixei ali e mesmo assim fui ver de hora em hora”, afirma.

Só decepção

De acordo com Felipe, a bike estava a menos de um metro da viatura da PM. Às 18h, quando saiu do trabalho, não a encontrou. “Perguntei se os policiais tinham visto e disseram que não eram eles que estavam ali. Chegou outra viatura com os PMs que estavam antes e disseram que não tinham visto nada”, relata. Segundo o jovem, os policiais recusaram-se a fazer ronda para procurar a bicicleta. “Se tivesse sido atendido imediatamente, talvez eu tivesse mais chance de encontrar”, comenta. Ele foi andando registrar o Boletim de Ocorrência no 1.º Distrito Policial, ainda com esperanças de encontrar o ladrão através da câmera de segurança. Chegando lá, mais uma decepção. “Para me ajudar mais ainda, essa câmera estava desligada”, lamenta.

Problemas nas câmeras

De acordo com a Guarda Municipal, das 50 câmeras instaladas na área central da cidade, apenas 28 estão em funcionamento. Na Rua XV de Novembro, a única câmera, em frente à C&A, está ativa. O diretor da GM, inspetor Frederico, afirma que no início da gestão, das 175 câmeras instaladas em Curitiba, 119 funcionavam, e hoje são 153. “Das 22 com problemas no centro, será preciso substituir 11, pois não há como corrigir as falhas. As outras iremos corrigir nos próximos dias”, afirma. Ele informa que está em processo licitatório a compra dos novos equipamentos e a expectativa é que até metade deste ano todas as câmeras estejam em pleno funcionamento.

Saída pra atendimento

Segundo a PM, existe a possibilidade dos policiais terem saído do local no momento do furto para atender alguma ocorrência. Em nota enviada à Tribuna, a PM informa que as viaturas em pontos estratégicos da região central devem acionar outras viaturas de área para atender ocorrências. Caso não haja nenhuma disponível, a equipe pode se deslocar para atender a ocorrência, em flagrante. “Não é papel da PM levar pessoas até a delegacia para registrar boletim de ocorrência; somente detidos”, salienta.

Marco Charneski
Só 28 aparelhos funcionam na área central.