Etapa por etapa

Exame do coronavírus: saiba como são feitas as análises que salvam vidas

Foto: Sesa

O governo do Paraná fez cerca de 3,2 mil exames para o covid-19 entre 12 e 28 de março. Destes exames feitos pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), 137 foram confirmados, 2.134 descartados e 968 estão em análise. Para atender tamanho volume, os técnicos trabalham em escala, das 8h às 23h. A equipe ainda terá reforço nos próximos dias.

O exame do coronavírus leva 72 horas para ser concluído. Na primeira etapa, é feita a triagem, com o cadastro dos pacientes e se o material deve realmente ir para o teste de coronavírus. Esta etapa é fundamental em todo o processo, explica a diretora técnica do Lacen, Irina Riediger.

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“É um trabalho minucioso e que exige muita concentração. As pessoas que atuam aqui são cruciais para todo o trajeto correto da amostra. É necessário foco para não perder qualquer detalhe porque isso reflete em todo o fluxo pelo qual a amostra vai passar”, explica Irina.

Feita a triagem, as amostras são acondicionadas em recipientes apropriados e etiquetadas com códigos internos do Lacen.

Alta velocidade

Quando as amostras entram no laboratório, começa a segunda fase, que é a extração do RNA, a molécula responsável pela síntese de proteínas dentro das celúlas. A partir dessa extração, é possível separar o material necessário para os testes. Para isso, são aplicados reagentes na amostra e é feita a agitação das amostras com alta velocidade.

“Temos máquinas que fazem isso com uma velocidade muito grande, mas em outros laboratórios é feito manualmente, o que resulta em muito tempo dedicado somente nessa etapa”, compara a diretora técnica do Lacen. Além do Paraná, apenas os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina, bem como o Distrito Federal, possuem este equipamento.

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Como comparação, manualmente um técnico bem treinado levaria aproximadamente uma hora e 15 minutos para extrair o RNA de 24 amostras. Com o equipamento do Lacen é possível extrar 96 amostras em aproximadamente 2 horas e meia.

Genoma do vírus

A realização efetiva do exame é na terceira etapa do processo, quando acontece a leitura do genoma da célula do vírus, chamado exame PCR em tempo real. Mas antes é preciso preparar o reagente para que as máquinas consigam fazer a ‘leitura’ no material.

O RNA extraído segue para outro equipamento que mistura uma quantidade muito pequena de amostra e o reagente específico para o vírus a ser testado. Na sequência, a bandeja com o preparo é colocada no equipamento que identifica, numa leitura bastante rápida, o que se apresenta naquela amostra por meio da análise pela biologia molecular, que está em líquido. A máquina, chamada termociclador, funciona com alteração de temperatura.

Resultado

Todos os resultados são exibidos em um painel via sistema de informação. São gráficos com linhas em diferentes cores que indicam em quais amostras foram encontrados vírus, ou cepas de vírus.

Na sequência, os bioquímicos do Lacen analisam resultado por resultado e validam via sistema. Depois, os laudos são assinados eletronicmente e liberados para o sistema para serem consultados pela unidade médica que solicitou o exame.

“Temos equipamentos de ponta, gente trabalhando com o conhecimento atualizadíssimo e a boa vontade para fazer o seu melhor no trabalho. Entendemos que estamos trabalhando com vidas, com pessoas, não somente com vidros, dados e números”, enfatiza o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.

Como prevenir a contaminação por coronavírus

  • Lavar as mãos com frequência/ ou utilizar álcool 70%, principalmente antes de consumir algum alimento;
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca, higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • Manter ambientes bem ventilados, evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
  • Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações;
  • Pessoas com sintomas de infecção respiratória aguda devem praticar etiqueta respiratória (cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, preferencialmente com lenços descartáveis, e depois lavar as mãos).

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